Um pescador iraniano foi morto neste sábado por guardas costeiros sauditas, que acusaram a sua embarcação de ter entrado nas águas da Arábia Saudita, anunciou um responsável do Ministério do Interior do Irão num comunicado. “Dois barcos de pesca que estavam a pescar no Golfo Pérsico foram desviados da sua rota pela ondulação: os guarda costeiros sauditas afirmaram que eles tinham entrado nas águas sauditas e mataram um dos pescadores”, indica o comunicado de Majid Aghababaie, diretor das fronteiras no Ministério do Interior, divulgado pelos media.

“Mesmo que os barcos tivessem entrado nas águas sauditas, os guardas costeiros não estavam autorizados a disparar. Estamos a verificar se as embarcações tinham efetivamente entrado nas águas sauditas”, adianta. O incidente ocorre num clima de forte tensão na região do Golfo, particularmente entre os dois grandes rivais da zona, o Irão xiita e a Arábia Saudita sunita, que não têm relações diplomáticas desde janeiro de 2016.

Os Guardas da Revolução, a força de elite do regime iraniano, acusaram Riade de estar “envolvido” nos atentados de 7 de junho em Teerão, que causaram 17 mortos e foram os primeiros no país reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico. Os atentados visaram dois locais simbólicos, o mausoléu do ‘ayatollah’ Khomeini, pai fundador da República Islâmica do Irão, e o parlamento.

Na quinta-feira, o ministro das Informações iraniano, Seyyed Mahmud Alavi, acusou a Arábia Saudita de “patrocinar grupos terroristas no Irão”. Dois dias antes, o chefe da diplomacia, Mohammad Javad Zarif, tinha também acusado Riade durante uma visita a Oslo. “Temos informações mostrando que a Arábia Saudita está ativamente envolvida na promoção de grupos terroristas que operam no leste do Irão”, declarou.

O Golfo vive uma grave crise diplomática desde 5 de junho, quando a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Egito, o Bahrein e o Iémen romperam as relações diplomáticas com o Qatar, acusando-o de “apoiar o terrorismo” e de se aproximar do Irão.

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