O Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, cancelou a viagem que estava prevista a Portugal para as próximas terça e quarta-feira, para liderar a investigação a um atentado num centro comercial de Bogotá.

Do ataque, que ocorreu este sábado, resultaram três mortos e nove feridos na capital colombiana.

O Presidente colombiano, que chefiou uma reunião do conselho de segurança para analisar a situação, explicou que “os primeiros dias depois de um atentado como o de ontem [sábado] são essenciais (…) para encaminhar a investigação e alcançar resultados”, motivo pelo qual desistiu da visita a Portugal, noticiou hoje a agência espanhola Efe.

“Por isso, tomei a decisão de cancelar a minha viagem a Lisboa para estar à frente destas investigações nestes três dias cruciais”, anunciou o Presidente da Colômbia, numa declaração em que adiantou que manterá a visita de Estado a França, também prevista para esta semana.

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O cancelamento ocorre num momento em que Portugal se confronta com um violento incêndio na região centro do país, que deflagrou ao início da tarde de sábado numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), alastrou-se aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, obrigando a evacuar povoações ou deixando-as isoladas, e provocou pelo menos 62 mortos, segundo o último balanço oficial.

O Governo português decretou luto nacional durante três dias, entre hoje e terça-feira, pelas vítimas do incêndio.

Santos acrescentou que “Portugal está a passar por um momento muito difícil” devido ao “terrível incêndio”.

A agenda da visita previa, na manhã de terça-feira, um encontro com o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

Juan Manuel Santos deveria seguir depois para o Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, para um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, que ofereceria de seguida um almoço ao chefe de Estado colombiano, que recebeu o Nobel da Paz no ano passado pelos seus esforços nas negociações de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (FARC).

Já da parte da tarde, o Presidente colombiano receberia o título de doutor honoris causa, atribuído pela Universidade Nova de Lisboa, visitando depois o Museu Nacional de Arte Antiga.

O primeiro dia da visita oficial terminaria com um jantar oferecido por Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio Nacional da Ajuda.

Na quarta-feira, o programa da deslocação previa um encontro com o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e Juan Manuel Santos deveria discursar no parlamento português, em sessão especial.

O último ponto da viagem seria, na manhã de quarta-feira, um encontro com empresários num hotel em Lisboa.

As autoridades colombianas procuram os responsáveis pelo atentado à bomba perpetrado nas casas de banho femininas num centro comercial de Bogotá, causando a morte a três mulheres, entre as quais uma francesa, num ataque que poderá ter intenção de prejudicar o processo de paz.

“Os inimigos da paz serão perseguidos sem tréguas”, garantiu o chefe de Estado colombiano.

Santos transmitiu as suas condolências ao Presidente francês, Emmanuel Macron, pela morte da cidadã francesa, de 23 anos.