O Presidente da República fez este domingo uma curta declaração ao país, a partir do Palácio de Belém, para mostrar solidariedade perante a tragédia de Pedrógão Grande, mostrar “ilimitada gratidão” aos que têm profissional ou voluntariamente prestado socorro às vítimas, e para dizer que vai voltar ao terreno já partir de amanhã. Mais: para pedir que esquecemos para já as “interrogações e sentimentos que nos angustiam”, porque é hora de união. “Por Portugal”.

“Sem nos esquecermos do que nos angustia, concentremos agora a nossa vontade no essencial: prosseguir o combate em curso, manter e alargar a nossa solidariedade aos que sofreram e sofrem a tragédia, demonstrando que nos instantes mais difíceis da nossa vida como nação, somos como um só. Por Portugal”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por agradecer e elogiar a solidariedade que tem sido demonstrada por todos perante a tragédia. “A nossa dor não tem medida, tal como não tem medida a nossa solidariedade, a solidariedade de todos nós para com os familiares das vítimas da tragédia de Pedrógão Grande”, disse, sublinhando a dimensão da tragédia que já ascende a 62 mortos. “Uma só morte em tais circunstancias é sempre uma tragédia. Mas tantas dezenas de mortes são uma tragédia quase sem precedentes na história do Portugal democrático”, disse.

Agradecendo e enaltecendo com “ilimitada gratidão” o trabalho dos bombeiros, Proteção Civil, INEM, PJ, GNR, forças armadas, autarquias locais, estruturas de saúde e estruturas sociais ou cidadãos anónimos, Marcelo aproveitou para informar que vai voltar ao terreno já a partir de amanhã, segunda-feira, e vai permanecer no local “nos próximos dias”.

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O momento, para já, é de combate, de realojamento, de reconstrução. Não de interrogações ou apontar de culpas.

“Há interrogações e sentimentos que não podem deixar de nos angustiar. Mas guardemos no imediato esses e outros sentimentos que nos assaltam no mais fundo do nosso coração. Sem nos esquecermos, concentremos agora a nossa vontade no essencial: prosseguir o combate em curso, manter e alargar a nossa solidariedade aos que sofreram e sofrem a tragédia, demonstrando que nos instantes mais difíceis da nossa vida como nação somos como um só. Por Portugal”, disse.

Marcelo sublinhou ainda a dimensão da “injustiça” que deflagrou no concelho de Pedrógão Grande este sábado à tarde. “A tragédia atingiu os portugueses de quem menos se fala, o país isolado, com populações dispersas, mais idosas, mais difíceis de contactar, proteger e salvar”, disse, referindo-se aos moradores daquela região centro do país.

O Presidente da República já promulgou o decreto de três dias de luto nacional e mandou pôr a bandeira nacional a meia haste em Belém.