A polícia da província de Manica, no centro de Moçambique, aumentou o número de reuniões com a população para promover o diálogo e combater a criminalidade por motivos passionais.

“Nas reuniões com as comunidades estamos a sensibilizá-las para se pautarem pelo diálogo, para que não cheguem a extremos”, disse esta terça-feira à Lusa, Leonardo Colher, chefe de relações públicas no comando da Polícia de Manica.

Estatísticas daquela força de segurança mostram que no primeiro trimestre deste ano, na província, houve 66 crimes motivados por vingança privada, incesto e ciúmes, entre os quais 13 homicídios. Desde abril, no entanto, “já não houve um aumento considerável de casos passionais” acrescentou.

A organização não governamental Lemusica – Levanta Mulher e Siga o seu Caminho, que assiste vitimas de violência doméstica, manifesta-se preocupada com a persistência de situações de violência, mas acredita na eficácia dos alertas feitos junto da população.

“Pelo menos em cinco dos 12 distritos de Manica, em 2016 e nos primeiros meses de 2017, houve uma redução dos casos de violência doméstica e crimes passionais como resultado de palestras educativas”, disse Cecília Ernesto, dirigente da organização.

O governo, a Procuradoria-Geral da República, a Polícia de Investigação Criminal e várias organizações não governamentais têm desenvolvido campanhas de sensibilização nas comunidades, mas os níveis de violência doméstica sugerem que o problema ainda tem um longo caminho para o fim, concluiu.

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