A segurança e as migrações dominam o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira em Bruxelas, no qual os líderes da UE irão também adotar os critérios para a escolha das cidades que acolherão as agências atualmente com sede em Londres.

Na carta-convite dirigida aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, adianta que, depois do jantar de trabalho na quinta-feira à noite, vai convidar os 27 líderes (sem o Reino Unido) a permanecer mais um pouco, para um breve ponto da situação sobre as negociações com Londres para a concretização do Brexit — que tiveram início na passada segunda-feira — e para adotar “o procedimento para a recolocação das agências com sede no Reino Unido”.

Em causa estão os critérios objetivos que serão tidos em conta para, em outubro, o Conselho Europeu eleger as cidades que sucederão a Londres como sedes da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), à qual Portugal concorre, e a Autoridade Bancária Europeia (EBA).

As regras foram já acertadas entre os 27 no Conselho de Assuntos Gerais realizado na terça-feira no Luxemburgo, tendo no final a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, afirmado que ficou com a sensação de que, com base nos critérios que estão em cima das mesa, Portugal tem possibilidades reais de bater a concorrência, que admitiu ser numerosa e forte, pois tem “vantagens competitivas relativamente a outros Estados-membros”.

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Antes, os líderes da UE vão iniciar os trabalhos com uma primeira sessão de trabalho dedicada a um dos temas em destaque na agenda, a segurança interna e, designadamente, a luta contra o terrorismo.

Na carta-convite, Tusk sustenta que é responsabilidade dos líderes europeus “provar às pessoas” que a UE é capaz de “restaurar o controlo sobre acontecimentos maiores e por vezes até aterradores”, pelo que espera que da cimeira desta semana a União seja capaz de fazer mais progressos em três áreas: ameaças à segurança, migração ilegal e globalização sem controlo.

“Os recentes ataques (terroristas) evidenciam a nova onda de radicalização desenvolvida internamente. Deixem-me ser honesto: a UE não substitui os Estados nesta luta, porque a resposta política depende sobretudo dos governos. Mas a UE pode ajudar a ganhar esta luta”, escreve o presidente do Conselho Europeu, que espera designadamente desenvolvimentos no combate à propaganda terrorista na Internet, com ferramentas desenvolvidas pela indústria que detetem e removam imediatamente conteúdos que incitem à violência.

Na sexta-feira, haverá também lugar a uma discussão sobre a situação económica, com a participação do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi.

Portugal estará representado na cimeira pelo primeiro-ministro, António Costa.