O Ministério Público (MP) da Venezuela confirmou esta quarta-feira que 74 pessoas morreram em 80 dias de protestos, no âmbito de manifestações contra o regime do Presidente Nicolás Maduro. “Até agora temos 74 pessoas que perderam a vida, é lamentável”, disse a procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, aos jornalistas.

Segundo a procuradora, desde 1 de abril, durante os protestos, 1.413 pessoas ficaram feridas, das quais 1.135 são civis. Por outro lado, foram abertos processos jurídicos contra 3.971 cidadãos, que implicaram a realização de 6.988 atos do MP. Dos 3.971 acusados, 532 encontram-se presos e há 23 ordens de detenção pendentes por executar contra funcionários policiais e militares.

A procuradora questionou as declarações do ministro da Defesa venezuelano, Néstor Reverol, sobre o “uso desproporcionado da força” por parte de funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) contra manifestantes.

Em relação ao assassinato, na segunda-feira, de Fabián Urbina (17 anos), por guardas nacionais que dispararam tiros de arma de fogo contra manifestantes, disse que foram detidos três funcionários da GNB, vincando que foi “um homicídio e não o uso desproporcionado da força” e que na Venezuela “se violam os direitos humanos dos venezuelanos”. Os assassinatos, frisou, estão a ser investigados funcionários do Estado, particulares e também “grupos civis armados”.

Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 1 de abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita a 1 de maio último pelo Presidente Nicolás Maduro.

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