Apesar do trabalho monárquico ser exigente, alguém tem de o fazer, mesmo que com alguma resistência. Num entrevista publicada na imprensa britânica, o príncipe Harry sugeriu que não há ninguém na família real que queira realmente assumir o trono.

A entrevista foi dada à revista Newsweek, no palácio de Kensington. Falaram de temas que envolviam a vida do príncipe e o o futuro da monarquia.

Nós estamos envolvidos na modernização da monarquia britânica. Nós não estamos a fazer isto por nós próprios, mas sim pelo bem de todas as pessoas”, disse ele.

Harry não acredita que haja alguém na família real que queira subir ao trono. “Se há alguém na família real que queira ser rei ou rainha? Não, acho que não. Mas cumpriremos os nossos deveres quando chegar a altura de o fazer”.

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Também falou sobre a altura em que a sua mãe morreu e lhe pediam para caminhar atrás do seu caixão, quando tinha apenas 12 anos de idade.

Ninguém deveria pedir tal coisa a uma criança, em nenhuma circunstância”.

Em 1997, ele juntou-se ao seu pai, o príncipe de Gales, ao seu avô, o Duque de Edimburgo, ao seu irmão, o príncipe William, o Duque de Cambridge, e ao seu tio, Earl Spencer, no funeral de Diana, que percorreu as ruas de Londres.

Os homens da família real durante o funeral de Diana.

A minha mãe tinha acabado de morrer e eu tive de andar uma distância impensável atrás do seu caixão, rodeado por milhares de pessoas e a ser visto por milhões na televisão”, declarou.

Harry elogiou a sua mãe por esta lhe mostrar o que era viver uma “vida normal”.

O príncipe, que atualmente namora com a atriz Meghan Markle, acrescentou que se tiver filhos, eles também terão a dita “vida normal”. “Mesmo que eu seja rei, farei as minhas próprias compras. Mas, isso é um difícil exercício de equilíbrio. Nós não queremos diminuir a magia… O público britânico e do mundo inteiro precisam de instituições como a Casa Real”, acrescentou Harry.

O príncipe expressou o mais sincero desejo de, juntamente com o seu irmão William e a mulher Catherine, conseguirem colocar a monarquia britânica no século XXI.

A monarquia é uma força do bem e nós queremos que ela continue sob a atmosfera positiva que a Rainha construiu durante mais de 60 anos. Mas, não tentaremos ‘calçar as suas botas'”, acrescentou.

As instituições de saúde mental têm elogiado o príncipe Harry por este revelar que teve consultas de apoio psicológico e admitir que teve dificuldades em superar a morte da mãe. Harry contou que durante dois anos se sentiu no meio do caos, tendo estado muito perto de uma rutura mental em várias ocasiões. Por isso pediu ajuda profissional, já que precisava de “emendar os erros que estava a cometer”.

A minha mãe morreu quando eu era muito novo. Eu não queria estar na posição em que estava, mas precisava mesmo de tirar a cabeça da areia e ouvir as pessoas que estavam à minha volta e usar o meu papel para o bem”, disse.

Diana e os seus filhos Harry e William, respetivamente, em agosto de 1995.