Hermínio Loureiro, ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, foi ouvido pela juíza Ana Cláudia Nogueira durante mais 8 horas mas continua detido à ordem dos autos da Operação Ajuste Secreto. O interrogatório de Loureiro terá começado pelas 15h00 e terminou por volta das 23h00 desta 6.ª feira.

O vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), tal como os restantes seis arguidos do processo que foram detidos no dia 19 de junho, só conhecerá as medidas de coação na próxima 2.ª feira, de acordo com a Agência Lusa. Até lá, Hermínio Loureiro deverá continuar detido no estabelecimento prisional anexo à sede da Diretoria Norte da Polícia Judiciária (PJ).

Tudo porque, de acordo com a Agência Lusa, o arguido João Moura Sá decidiu informar a juíza Ana Cláudia Nogueira de que deseja prestar declarações. Na primeira conversa com a magistrada, o ex-deputado do PSD e ex-presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República, tinha-se remetido ao silêncio.

Assim, o interrogatório de João Sá deverá ocorrer na manhã deste sábado, enquanto que às 15h30 deverão ser feitas as alegações por parte das defesas.

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Ao contrário do que aconteceu com os arguidos Isidro Figueiredo, atual edil de Oliveira de Azeméis e sucessor de Hermínio Loureiro, e o empresário Filipe Marques, ambos mandados para casa condicionalmente até à fixação das medidas de coação, Hermínio Loureiro passou mais uma noite numa cela da Diretoria do Norte da PJ.

Durante esta 5.ª e 6.ª feira foram ainda ouvidos José Francisco Oliveira, presidente da concelhia do PSD de Oliveira de Azeméis e funcionário desta autarquia, e o empresário António Reis.

Neste momento, encontram-se detidos além de Hermínio Loureiro, José Francisco Oliveira e António Reis, os empresários João Sá (ex-deputado e ex-presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República) e António Couto.

No processo Ajuste Secreto estão em causa suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, peculato e tráfico de influências num processo que investiga “relações privilegiadas entre os suspeitos que, ao longo do último ano, têm visado a realização de diversas obras em diferentes localidades, manipulando as regras de contratação pública”, lê-se num comunicado que a PJ na 2.ª feira, dia 19 de junho.

Ajustes diretos de 1,6 milhões de euros

De acordo a edição do Expresso deste sábado, os quatro empresário detidos nos autos da Operação Ajuste Secreto terão conseguido cerca de 1,6 milhões de euros em ajustes diretos durante os sete anos de Hermínio Loureiro como edil de Oliveira de Azeméis.

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António Reis, sócio das empresas Paviazeméis — Pavimentação de Azeméis e Brimo — Britas de Mouquim terá conseguido contratos de cerca de 1,4 milhões de euros desde 2009, enquanto que António Couto e Filipe Marques (sócios da sociedade Fullprojekts) ganhou a adjudicação da reabilitação de um pavilhão desportivo de uma escola básica de Oliveira de Azeméis no valor de 104 mil euros.

O Expresso diz igualmente que João Sá, o ex-presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República, diz que o economista é um dos arguido mais fortemente indiciados pelo Ministério Público mas as suas empresas apenas ganhar um ajuste direto de 42 mil euros para “serviços de limpeza e varrimentos de ruas” com a autarquia que foi liderada por Hermínio Loureiro.

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