A Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE) estima que 50% dos ‘tuk-tuk’ que circulam em Lisboa já são elétricos, medida que a Câmara da capital previa implementar em junho, mas ainda não avançou.

No final do ano passado, a Câmara de Lisboa aprovou a submissão a consulta pública do regulamento municipal respeitante à circulação de veículos turísticos, estimando que os veículos devessem passar a ser elétricos “em meados de 2017”.

Porém, o documento ainda não entrou em vigor. A agência Lusa questionou o município sobre quando é que isso poderia acontecer, mas não obteve resposta.

“A ideia de junho já passou, as coisas andaram e ainda não se desenrolaram”, afirmou à Lusa João Tarrana, coordenador do Departamento de Animação Turística com Veículos Motorizados da APECATE.

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Na opinião do responsável, “com a chegada do Verão vai ser mais difícil que isso aconteça para breve”.

João Tarrana avançou que, segundo dados da associação, “50% da frota de ‘tuk-tuk’ que andam em Lisboa já são elétricos”, mas “neste momento a única solução é comprar” os veículos já nesta condição.

Segundo o coordenador, o “Instituto da Mobilidade e dos Transportes [IMT] não faz a peritagem” dos veículos que sejam alterados para elétricos, pelo que o problema dos empresários “é depois certificá-los”.

Questionado pela agência Lusa sobre esta questão, o IMT apontou que “no âmbito das suas competências, não utiliza o conceito de peritagem”.

“A alteração do tipo de combustível de qualquer veículo, incluindo a conversão de veículos a gasolina/diesel em elétricos, é uma transformação que carece sempre de aprovação e inspeção por parte dos serviços regionais deste instituto, tendo em vista assegurar que não são alteradas as condições de segurança dos veículos”, acrescenta.

O organismo refere ainda que esta inspeção pode ser efetuada “nas instalações de centros de inspeção”, uma vez que “não existe impedimento por parte do IMT à aprovação de qualquer transformação, desde que as mesmas cumpram o que regulrmentarmente se encontrar estabelecido”.

Na lista de preocupações da APECATE estão também os pontos de carregamento.

“Não temos sítios para carregar os ?tuk-tuk’, especialmente nos pontos onde há paragens obrigatórias”, referiu João Tarrana, dando como exemplo a Praça dos Restauradores.

A APECATE já havia pedido à Câmara de Lisboa para que as várias entidades envolvidas neste assunto se sentassem à mesa para o discutir, o que não aconteceu.

“Fomos recebidos por todos [os partidos políticos], menos pelos vereadores que promoveram o regulamento”, apontou, acrescentando que o grupo de trabalho que a associação sugeriu que fosse criado não chegou a ser uma realidade.

Na opinião de João Tarrana, deveria ser criada uma “vereação específica, dada a importância do setor e a necessidade de ordenamento que existe, especialmente nesta parte da animação turística com veículos”.

Quem ocupasse este cargo deveria agir como “um interlocutor”, que “desse respostas aos operadores”, advogou o responsável.

A Lusa colocou várias questões à Câmara de Lisboa sobre este assunto, mas após várias insistências o município apenas referiu que está a “finalizar as conclusões do relatório da consulta pública do Regulamento Municipal Respeitante à Circulação de Veículos Afetos à Atividade de Animação Turística”.

Assim, o município considerou “prematuro estar a adiantar informação que neste documento constará”.