O Governo aprovou para este ano um investimento de 10 milhões de euros para o plano de manutenção da frota de navios da Transtejo e Soflusa, que asseguram as ligações fluviais no rio Tejo, foi divulgado este domingo.

Numa nota enviada hoje à Lusa, o Ministério do Ambiente indica que este investimento duplica face ao valor atribuído em 2015, ano em que atingiu os 5,4 milhões de euros, referindo que em 2017 “serão levadas a cabo intervenções em quase toda a frota de navios”, das quais “sete serão profundas”. Em 2016, o investimento na manutenção das embarcações das duas empresas públicas foi de 6,1 milhões de euros.

O plano de manutenção, que pretende garantir “uma melhoria progressiva da oferta”, deverá estar concluído até ao final do ano, adianta, precisando que “sete das intervenções previstas serão profundas”. “O número de navios disponíveis tem vindo a decair desde 2014. No final deste ano, estarão disponíveis entre 18 e 20 navios, sendo que o mínimo para garantir uma operação sem sobressaltos são 18”, refere a nota informativa.

Apesar das limitações sentidas na oferta, segundo o Ministério do Ambiente, “a procura tem vindo a crescer, cifrando-se o crescimento em 3,8% no final do mês de maio quando comparado com o ano anterior”.

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No mesmo comunicado, o Ministério disse que em finais de 2015 “as deficiências em relação à manutenção dos navios eram graves” e que “apesar de um aumento com significado na manutenção em 2016 (de 5,4 milhões de euros em 2015 para 6,1 milhões de euros em 2016) não foi possível reforçar o aumento da qualidade da oferta”.

Com os 10 milhões de investimento em 2017, as empresas chegarão ao final do ano com uma capacidade reforçada de operação que permite projetar o ano de 2018 como um ano com estabilidade na operação”, concluiu a nota.

A Transtejo é a empresa responsável pelas ligações do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão com Lisboa, enquanto a Soflusa faz a ligação entre o Barreiro e Lisboa.

Em abril, a presidente do conselho de administração da Soflusa e Transtejo disse à Lusa que vai trabalhar para resolver os problemas nas empresas, reconhecendo que o serviço de transporte fluvial se degradou.

As minhas primeiras palavras são para os utentes, que são a razão de ser das duas empresas. O serviço degradou-se e temos que ultrapassar as dificuldades existentes com a frota. Este ano já procedemos a tantas operações de manutenção e reparação com em todo o 2016, mas ainda não chega”, disse então Marina Ferreira, presidente das duas empresas.

Já em maio o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse que pretendia ter, até ao final do ano, um plano de renovação das frotas da Transtejo e Soflusa, referindo que o Governo encontrou as duas empresas “com uma total ausências de soluções de manutenção”.