O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, destacou este domingo ser importante que as grandes cidades do país, como Lisboa ou Porto, “não fiquem a viver à sombra da bananeira” porque muita da procura turística “é temporária”.

O Porto é um dos casos mais importantes do país que tem beneficiado muito da dinâmica que a procura turística tem trazido. É um mérito muito associado ao país e às zonas que têm mais para oferecer e isso é bom e, quem vem com frequência ao Porto, é notória a diferença e o impacto que essa procura turística trouxe à cidade”, afirmou.

Destacou, porém, ser importante também que as grandes cidades, sejam Lisboa ou Porto, “não fiquem a viver à sombra da bananeira porque muita da procura turística é, por definição, temporária”.

Passos Coelho falava durante um encontro com jovens no Porto, com a participação do candidato à câmara, Álvaro Almeida, naquela que foi a primeira iniciativa partidária depois de uma semana de interregno devido à tragédia dos incêndios na região Centro do país que vitimaram 64 pessoas e feriram mais de 200.

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Para o líder do PSD, deve-se aproveitar essa procura, mas “não se pode construir um futuro a pensar nisso”, sendo “muito importante” que “outras dimensões económicas possam ser reforçadas a par do turismo”.

Tem de haver capacidade para responder às pessoas que se querem fixar”, sublinhou o líder social-democrata, lembrando que “o Porto é um dos municípios que tem estado em alta, mas há muitos outros que têm oportunidade de agarrar esta questão do turismo para se desenvolverem”.

Salientou, porém, que “ela própria [questão do turismo] vive de aspetos conjunturais e temporários que não podem fazer esquecer outras áreas económicas importantes (…) e se não existir emprego e habitação, não se consegue fixar as pessoas”.

Quanto ao emprego, Passos Coelho destacou que em Portugal há “um nível de formação superior que começa a estar mais próximo da média dos países europeus”. Ainda assim, defendeu que “as pessoas, quando fazem as suas escolhas de formação e especialização” devem ter em conta “o que são as dinâmicas da área laboral”.

“Temos muitas pessoas licenciadas em áreas que não têm a maior procura ou a maior dinâmica do ponto de vista económico”, referiu, acrescentando que ser muito importante que quando as escolhas de formação são tomadas, esteja disponível “toda a informação” possível.

Se tal informação estivesse disponível, sublinhou, “os jovens acabariam por tomar decisões diferentes e, se isso acontecesse de forma mais extensiva, as instituições também sentiriam as pressões para adequar as suas respostas à procura”.