O secretário-geral do PCP alertou este domingo para uma convergência “cada vez mais visível” entre o Governo do PS, PSD e CDS-PP, apontou para medidas do Orçamento do Estado por concretizar e sublinhou a importância da “luta organizada”.

“O Comité Central do PCP chama a atenção para a cada vez mais visível convergência em matérias de relevância entre o Governo do PS e o PSD e o CDS. Essa convergência assume particular significado em matéria de direitos dos trabalhadores e em opções do domínio económico e financeiro”, defendeu Jerónimo de Sousa.

Esta foi uma das conclusões da reunião do Comité Central do PCP, o órgão máximo do partido entre congressos, que se reuniu hoje, na sede comunista, em Lisboa.

“O Comité Central sublinha a importante dinâmica da luta de massas atingida nos últimos meses e reafirma que, nesta nova fase da vida política nacional, o desenvolvimento da luta organizada, é condição indispensável para levar mais longe a defesa, reposição e conquista de direitos, e concretizar a rutura com a política de direita”, declarou.

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Valorizando “os avanços e passos dados na defesa, reposição e conquista de direitos na nova fase da vida política nacional”, Jerónimo de Sousa afirmou, contudo, que “não é possível iludir que o balanço da execução do Orçamento do Estado para 2016 revela aspetos que contrariam e distorcem elementos positivos do seu conteúdo e que se mantêm ainda por concretizar várias medidas aprovadas no Orçamento do Estado para 2017”.

“O PCP não pode deixar de assinalar que matérias várias continuam injustificadamente por concretizar, enquanto se avoluma a ausência de respostas a legítimas expectativas dos trabalhadores e ao acumular de insuficiência de recursos destinados à valorização e funcionamento dos serviços públicos”, defendem os comunistas.

Jerónimo de Sousa apontou “os constrangimentos impostos no investimento público, as cativações orçamentais que agravam a afetação de financiamento em áreas como a saúde, a educação, a cultura ou a modernização do sistema de transportes, bem como a recusa em ir mais longe na reposição de direitos ou na resposta a questões como a da reforma de trabalhadores com longas carreiras contributivas”.

Estas matérias, sustentou, “todas ditadas e justificadas com o cumprimento das determinações da União Europeia, mostram, ao contrário do que o governo sustenta, o confronto entre a sujeição às imposições europeias e a resposta plena e sustentada aos problemas do povo e do país”.