O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, recusou este domingo “julgamentos prévios” de responsabilidades acerca do incêndio de Pedrógão Grande, defendendo a prioridade no auxílio às populações e uma investigação da qual resultará, “com certeza, uma apreciação política“.

O importante é fazer a averiguação, a investigação, e daí resultará com certeza uma apreciação política das causas e dos responsáveis. A própria ministra admite fazer a avaliação do resultado dessas investigações”, declarou Jerónimo de Sousa, recusando “julgamentos prévios” sobre o incêndio no qual morreram 64 pessoas.

O líder comunista, que falava aos jornalistas para apresentar as conclusões do Comité Central do PCP, que se reuniu este domingo, sublinhou que a prioridade do Estado e do Governo deve ser “procurar auxiliar os familiares das vítimas, aqueles que perderam habitação, que perderam o seu emprego, que perderam os seus bens”.

Não procuremos medidas dilatórias. Estou há muitos anos na Assembleia, se houve matéria onde houve mais vezes consensos foi em torno da floresta. Não faltam leis, não faltam resoluções, não faltam medidas. O que é que não funcionou? Do nosso ponto de vista, não funcionou precisamente a efetivação das medidas que foram aprovadas nesses amplos consensos verificados”, afirmou.

Questionado sobre a participação dos comunistas nas decisões que os partidos sejam chamados a tomar sobre a comissão independente proposta pelo PSD, e já aceite por outros partidos, nomeadamente o PS, Jerónimo de Sousa respondeu que “tudo o que for construtivo terá a participação do PCP“.

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O secretário-geral comunista questionou o critério de independência do poder político que foi enunciado para a constituição da comissão: “Dizerem-me que vem uma comissão técnica, livre e independente do poder político, sem me dizerem se é livre do poder económico. Que critério é esse?”.

Sobre a proposta do Governo de reforma da floresta que se encontra no parlamento, Jerónimo de Sousa reiterou que “não responde a questões urgentes e factuais, como uma gestão estratégica do ordenamento da floresta”.

Esta é uma questão chave. Esta proposta não dá resposta a estas questões de fundo. Se é para dar resposta, contem com o PCP, mas não iludam os portugueses, não repitam aquilo que já foi decidido”, declarou.