Podemos estar prestes a quebrar a ideia típica de um cabo que puxa uma estrutura: o primeiro elevador sem cabos do mundo e já está em fase de testes. A ideia veio do grupo ThyssenKrupp, que mostrou este elevador no final da semana passada e até já tem um cliente.

A holandesa OVG Real Estate, especialista em construir edifícios sustentáveis e inovadores, comprou a ideia e vai instalar o Multi em Berlim. O elevador vai servir a Torre Leste, com 160 metros – um dos edifícios mais icónicos da capital alemã.

O segredo para este ascensor está na levitação magnética. É através de um campo eletromagnético que o elevador se consegue manter no sítio e não precisa de um cabo para o puxar, já que é impulsionado pelas forças atrativas e repulsivas do magnetismo. Já o motor, esse, é distribuído ao longo do percurso, não havendo necessidade de ter uma área para agregar as máquinas do elevador. Além disso, isto estes elevadores permitem aumentar o tamanho dos edifícios, já que grande parte da área de grandes arranha-céus é ocupado pelos poços dos elevadores e pelos equipamentos que os comportam.

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A Thyssenkrupp também já investiu 40 milhões numa torre própria para testar os novos elevadores. São 246 metros só para ter estruturas elevatórias que façam uma trajetória vertical, mas também horizontal. A ideia é que este sistema se assemelhe a um sistema ferroviário no mesmo edifício, com vários ascensores no mesmo percurso.

A Torre de Luz (Aufzugstestturm), situada em Rottweil, na Alemanha, tem um pêndulo com 240 toneladas que, quando ativado, faz o edifício oscilar até meio metro para cada lado. Isso irá permitir medir o comportamento dos cabos de aço dos elevadores em edifícios que oscilam com a força o vento. Mas é no interior da Torre que está a magia. Lá dentro, 12 tubos fazem os testes dos novos elevadores. Estão preparados para impactos de até 40 toneladas a 160 km/h. A torre tem ainda instalado um centro tecnológico com 80 engenheiros.

Nos últimos três anos este grupo alemão já gastou 200 milhões de euros em investigação. A empresa acredita que este projeto estará disponível entre três e cinco anos.