Era uma garagem da PSP. A partir de segunda-feira, é uma praça de alimentação com 100 lugares sentados e nove cafés, bares e restaurantes. Chama-se Tasty District e faz parte do centro empresarial District, que foi inaugurado em fevereiro na zona da Batalha, no Porto. A zona de restauração, que tem entrada independente pela Rua Augusto Rosa, devia ter aberto em março, mas atrasos nas obras deixaram toda a gente com a barriga a dar horas. A inauguração oficial acontece a 3 de julho e o Observador esteve no espaço a fazer a prova dos nove. Eis o que vai ser possível comer e beber por lá.

Wine @ District

É um bar com vinho a copo e tábuas de queijos e enchidos, pensado para o turista que quer conhecer os sabores de Portugal mas também para quem quer relaxar após um dia intenso de trabalho. Ou de passeio, que aqui não há discriminação. Há, sim, cerca de 130 referências de vinhos, a esmagadora maioria portugueses, explica um dos sócios, Miguel Espírito Santo.

Dar a conhecer produtores nacionais, de diferentes regiões, pouco conhecidos em Portugal — muitos porque exportam quase tudo o que as vinhas dão — é um dos objetivos do Wine @ District, que se orgulha de ter na carta vinhos como o Coleção Privada DSF Rosé Moscatel Roxo, produzido pela quinta José Maria da Fonseca, ou o Alvarinho Reguengos de Melgaço, distinguido no ano passado pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.

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O preço das garrafas varia entre os 8€ e os 90€. Já o vinho a copo começa nos 2,50€ e vai até aos 10€. Nas tábuas de queijos e enchidos só há produtos nacionais, incluindo um presunto com 40 meses de maturação, e os preços vão desde os 9€ até aos 35€ no caso da tábua premium.

Tábua de queijos, enchidos e frutos do Wine @ District, mais compota e um azeite da Herdade do Esporão. © Divulgação

Japo

Quem conhece a Shiko – Tasca Japonesa, ali bem perto, sabe o que esperar da cozinha do Japo, o mais recente projeto do chef Ruy Leão. Comida tradicional japonesa é o que se encontra no menu, com destaque para os três ramens que o chef trouxe na cabeça desde que esteve em Tóquio, no ano passado: um ramen de caril, o mais tradicional miso ramen e, por fim, o Tóquio, que é um shoyu ramen. Haverá ainda uma sugestão mensal. Custam todos entre 11€ e 14€.

De resto, no Japo haverá guiozas, donburi — as famosas taças de arroz com peixe, carne, vegetais e outros ingredientes — e caixas bento com sushi e sashimi, preparadas para o cliente levar e poder comer onde quiser, tal como acontece no Japão. As caixas bento são uma das várias opções de comida para levar que o Tasty District terá ao dispor, tirando proveito da localização de passagem entre a Batalha e a Estação de São Bento.

Todos os restaurantes dão acesso à praça de alimentação, com as suas mesas corridas ou redondas, as suas cadeiras e sofás, com capacidade para uma centena de pessoas. Mas o Japo terá também uma pequena sala privada, para três pessoas, com vista para a cozinha e uma porta de correr, à japonesa, para maior privacidade.

As guiozas do Japo. © Sara Otto Coelho / Observador

Oreggin

Uma das preocupações do Tasty District foi acolher espaços que não fizessem concorrência direta uns aos outros e que se complementassem. Demorou até que aparecesse uma proposta de alimentação saudável que agradasse, mas quando Cláudia Rebelo apresentou o projeto Oreggin, não houve dúvidas.

O nome é uma mistura entre orgânico, ovo e origem. “É um restaurante de alimentação saudável, não é um restaurante vegetariano”, explica a proprietária, embora por enquanto não haja carne nem peixe no menu. A proteína chave do Oreggin será o ovo, nas suas mais variadas formas: escalfado, cozido, em omelete, tortilha e até gratinado. “Ovos de galinhas felizes ou biológicos”, esclarece.

Produtos frescos, sazonais e orgânicos são bem-vindos, nomeadamente na forma de saladas, e adquiridos a produtores locais. Produtos processados ficam à porta. É por isso que, no Oreggin, não haverá soja, por exemplo. O que haverá todos os dias é um prato do dia, uma sopa, uma sobremesa e uma água aromatizada, que vão variando sempre.

O menu do dia vai variar entre os 6,40€ e os 7,30€ e pode incluir uma sopa — “em breve vamos ter gaspacho e vichyssoise“, garante Cláudia, um prato e uma bebida, ou então o prato, sobremesa — “mousse de chocolate sem açúcar, bavaroise, gelatina vegetal… — e a bebida. Disponível estará sempre a informação sobre o valor nutricional, as calorias e os alergénicos. Para petiscar entre refeições haverá alguns petiscos, desde peixinhos da horta a ovos verdes.

Pinguim

Não estamos habituados a ver Paulo Pires fazer cocktails a horas tão diurnas, mas é o responsável do mítico bar portuense que vai coordenar aquela que é a primeira expansão do Pinguim Café. Ao contrário da casa mãe, aqui não há uma carta fixa de bebidas, mas sim um quadro onde se escrevem as sugestões do dia.

“Vamos ter cocktails diários, um sugestão semanal e uma bebida mensal”, conta Paulo. Quem for até lá pode encontrar uma horchata, um diplomático, um gin, tudo depende da disposição e dos ingredientes disponíveis. Em permanência haverá apenas uma margarita, para complementar a oferta de comida mexicana dos vizinhos Burguer & Co. O Pinguim também vai ter cervejas artesanais locais, a começar com uma IPA da portuense Colossus.

É a primeira expansão do Pinguim Café. E todos os dias haverá bebidas diferentes para provar. © Divulgação

Burgers & Co

Foram muitas as hamburguerias a concorrer a um dos espaços do Tasty. Ganhou o Burgers & Co, que, para além de hambúrgueres, terá também uma vertente de cozinha mexicana. O destaque vai para os três tacos de carne de vaca, carne de porco e frango. “A ideia é servir sempre três tacos, ou iguais ou todos diferentes”, explica Sónia Sousa, que ainda não definiu a tabela final de preços.

O prato de chili com tortilhas feitas 100% de milho, picante q.b., também não faltará. Ainda não há uma opção vegetariana na parte da cozinha mexicana, mas o Burgers & Co tem um hambúrguer vegetariano. Para empurrar com uma margarita, o melhor é ir até ao vizinho do lado, o Pinguim.

O Burgers & Co também serve pratos de cozinha mexicana. Este é o chili com carne e nachos. © Sara Otto Coelho / Observador

Português de Raça

É também Sónia Sousa quem explica o que é, afinal, o restaurante Português de Raça. Fá-lo em frente a uma francesinha XL, feita em pão rústico, de um tamanho que desafia o comum dos estômagos. Destaque para o bife da vazia e a linguiça comprada no Mercado do Bolhão, “a melhor do Porto”, comenta. O molho também é ligeiramente mais ácido, por causa do reforço de tomate na receita. Provar esta francesinha custa 11,50€, mas também há o tamanho normal, em pão de forma, por 8,50€.

Os cortes de carne são a outra grande aposta deste espaço, e todas as carnes — entrecôte, lombo, vazia, alcatra, entre outras — vão a grelhar em carvão vegetal, mais ecológico. Todos os negócios ali presentes têm a preocupação de comprar português e também neste caso Sónia garante que os fornecedores da carne são todos nacionais, de várias regiões do país.

Lá fora, o Português de Raça foi buscar toques de culturas por onde passaram os Descobrimentos. O frango grelhado, por exemplo, é marinado com temperos africanos. Do Brasil foram buscar a receita de pastel de vento, que servem com queijo, bacalhau ou frango. “Demos-lhe o nosso toque”, garante a responsável.

A francesinha XL do Português de Raça. © Sara Otto Coelho / Observador

Maria Palito

Zona de restauração sem doces é como avião sem asa, fogueira sem brasa ou futebol sem bola, como canta Adriana Calcanhotto. Para além do doce, o que a Maria Palito oferece com estes crepes verticais é originalidade. A massa do crepe é mais forte para se aguentar no palito e, por dentro, pode estar nutella, creme de leite, compotas e até receitas salgadas. “Dá para fazer com tudo e mais alguma coisa”, resume Raul Videira, o responsável pelo negócio. Por exemplo: queijo, chouriço e pimento.

Os preços dos crepes no palito variam entre os 3€ e os 4,50€. Já as galettes, também disponíveis neste espaço, começam nos 3,50€. “Como são feitas com farinha de trigo sarraceno, sem glúten, são um pouco mais caras, mas vai depender dos ingredientes.” Se tiver, por exemplo, salmão fumado, pode chegar ao preço máximo de 7€. Os menus de refeição (5,50€ a 7,5€) dão direito a um crepe do dia, uma sopa e uma bebida da casa — chá, limonada ou a cidra portuguesa Bandida do Pomar.

Tanto os crepes como as galettes podem ser servidos com os gelados gaienses da Artiframi. Estão disponíveis 14 sabores, que vão variando todos os dias, entre vinho do Porto, lima e hortelã ou até marshmallow. Chocolate, baunilha e morango é que nunca podem faltar. Uma bola custa 2€, duas bolas 3,80€.

Os crepes doces verticais e os gelados adoçam a boca de quem passa pelo Tasty. Mas a Maria Palito também tem crepes salgados. © Sara Otto Celho / Observador

Walkin’ Chips

Se o local é de passagem, José Martins e os seus dois sócios (entre eles Miguel Espírito Santo, da Wine @ District) estão a aproveitá-lo muito bem. Para quem quer trincar qualquer coisa mas não está para grandes demoras, nasceu a Walkin’ Chips, um pequeno espaço onde se confecionam batatas fritas em palito para levar.

Servidas num cone, as batatas — normais ou batata doce — chegam de um produtor da Póvoa e são cortadas e descascadas ali mesmo. Depois, servem-se com pouco sal, que o sabor é para se sentir. Mas há sete molhos à escolha, para quem não lhes resiste: ketchup, mostarda, maionese, barbecue, maionese com cebola caramelizada, maionese com lima e ervas finas e, por fim, uma mistura de maionese, mostarda e malagueta. Cada pacote custa 3€ e inclui um molho.

Segafredo

O café é sagrado em espaço de restauração que se preze em Portugal. Os mesmos donos do Wine @ District e da Walkin Chips ficaram com o serviço de cafetaria do Tasty e querem fazer dele uma espécie de Starbucks, com cappuccinos, mokas, meias de leite, chás, macchiatos, xaropes de caramelo e chocolate, num total de “20 a 22 produtos de cafetaria”, explica José Martins. O café é todo do lote imperial da Segafredo e a bica custa 75 cêntimos.

Mais uma vez, tendo em conta o local de passagem, há copos de papel para quem quer beber no caminho. Para as fatias de bolo é que talvez seja melhor sentar e comer calmamente. A tarte de lima promete ser muito requisitada nos dias quentes, mais do que a mousse de chocolate e a tarte de amêndoa. “Também vamos ter pastéis de nata e umas cookies“, adianta. E um cheesecake feito de amoras e framboesas biológicas, compradas em Amarante.

A partir de 3 de julho, todas as portas estarão abertas ao público. © Divulgação

Nome: Tasty District
Morada: Rua de Augusto Rosa, 39, Porto (Batalha)
Horário:Domingo a quinta das 12h às 00h, sexta, sábado e vésperas de feriado das 12h às 2h00
Telefone: 22 017 5180