O primeiro-ministro António Costa afirmou que dá a cara e que assume as suas responsabilidades, quando confrontado, esta quarta-feira, com as declarações do social-democrata Nuno Morais Sarmento que, esta manhã, falou da decisão tomada por Costa quando era ministro da Administração Interna, de substituir a referenciação via satélite por torres de comunicações.

“A pergunta é se, sim ou não, a decisão da adjudicação – que é tomada no Governo de José Sócrates pelo seu ministro responsável, de seu nome António Costa – essa reconfiguração teve, na troca do sistema de coordenação por satélite da circulação de informação por um conjunto de torres espalhadas pelo território, tem algo a ver com aquilo que agora falhou e se, sim ou não, isto aconteceu”, questionou Morais Sarmento.

Eu não empurro nada. Não empurro coisa nenhuma. Dou a cara e assumo responsabilidades. Os debates que fiz há 11 anos fiz há 11 anos. Hoje faço aquilo que me compete fazer”, declarou o chefe de Executivo, confrontado com as questões, acrescentando que o que lhe compete fazer é “responder às populações, reconstruir este território, contribuir para a prevenção dos incêndios e apoiar as populações e os combatentes do fogo”.

Respondendo aos jornalistas no final de uma reunião com os autarcas em Pedrógão Grande sobre o ponto de situação na região, Costa disse ainda que espera ter conclusões “o mais rapidamente possível”, lembrando ainda o anúncio feito terça-feira pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A senhora ministra ontem perante as informações contraditórias solicitou ao Instituto de Telecomunicações uma avaliação global independente” sobre o funcionamento do SIRESP.

Nova reunião dia 19 e projeto piloto na região

António Costa avançou ainda que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vai apresentar um relatório com o levantamento das necessidades até ao final desta semana, “o que permitirá responder a tudo o que é urgente e imediato do ponto de vista da reconstrução”.

E acrescentou que é tempo de “começar a preparar tudo o que de estrutural tem de ser feito”, falando num projeto piloto a ser lançado naquela região, que será abordado na próxima reunião do dia 19, na Sertã.

Vamos nestes sete concelhos fazer um projeto piloto que permita responder a tudo o que é estrutural para evitarmos que no futuro possamos ter novas tragédias”, avançou António Costa, referindo-se ao reordenamento do território e da floresta e à revitalização do interior.

“A coisa pior que pode acontecer é que a floresta cresça como estava. Deixar a floresta crescer livremente é criar condições para que ela seja combustível.”