A EDP vai vender as mais de 18,6 milhões de ações que detém da REN e que representam 3,5% do capital social da empresa e dos direitos de voto, de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). De acordo com a informação disponível no site da cotada liderada por Rodrigo Costa, a EDP detém 5% do capital acionista da empresa, mas os restantes 1,5% pertencem ao Fundo de Pensões da EDP, que é uma entidade independente.

“A venda será efetuada através de um processo de colocação particular das Acções, a ser realizado através do procedimento que se revele mais apropriado, como sejam operações de marketcrossover ou de non-secure exclusive acceleratedbookbuilding, dirigidas exclusivamente a investidores qualificados (a “Oferta”)”, lê-se no comunicado.

Ao Observador, a EDP esclareceu que os restantes 1,5% da estrutura acionista pertencem ao Fundo de Pensões da EDP, que é uma entidade independente.

“É um processo natural, que dá seguimento à estratégia que tem vindo a ser seguida nos últimos anos”, afirmou fonte oficial da EDP, acrescentando que se trata “de um ativo financeiro e que, portanto, não é considerado estratégico. A EDP não tem direito de voto na REN atualmente”.

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A entidade responsável pela operação de venda de ações é a JB Capital Markets e resultado da colocação privada dos títulos vai ser divulgado pela EDP em comunicado “logo que o mesmo seja conhecido”. Se as ações forem vendidas ao preço a que estavam os títulos no fecho de mercado desta quarta-feira (2,47 euros), a elétrica encaixa cerca de 51,34 milhões de euros com esta operação.

Entretanto, a EDP tem estado sob atenção mediática a propósito de uma investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), por ter alegadamente recebido 1,2 mil milhões de euros em benefícios de diversas entidades como a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), a Autoridade da Concorrência (AdC) e a empresa Redes Energéticas Nacionais (REN), durante o Governo de José Sócrates.

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