A Europol afirmou esta quarta-feira que não existe um antídoto capaz de parar o ataque informático que na terça-feira afetou empresas e organismos estatais em vários países, sobretudo na Rússia e na Ucrânia. O NotPetya (como a multinacional russa de cibersegurança Kaspersky Lab lhe chamou) entrou nos computadores de várias empresas e organizações estatais encriptando ficheiros e exigindo resgates em bitcoins (moedas virtuais).

Vinte e quatro horas depois do ataque que Andreia Teixeira, especialista em cibersegurança da Aon Portugal afirmou ter consequências bem mais devastadoras do que as do WannaCry (em maio), a polícia europeia vem dizer que ainda não há um número oficial de vítimas conhecido e que a abrangência do ataque foi global.

Este é mais um ataque sério através de um software malicioso, apesar do número de vítimas ainda não ser conhecido”, disse RobWainwright, diretor da Europol, citado na CNN. “É uma demonstração de como o cibercrime evolui em escala”, acrescentou.

Consequências deste ataque podem ser “bem mais devastadoras” do que as do WannaCry

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Entretanto, esta quarta-feira, surgiram notícias de que um grupo de especialistas teria descoberto uma espécie de vacina para travar o ataque informático, mas a Europol explica que esta é apenas temporária. A especialista Amit Serper, da empresa Cybereason, explicou que criar um ficheiro que engana um software malicioso — para que este pense que já infetou o computador — é apenas uma solução temporária.

Especialistas informáticos podem ter descoberto “cura” para o vírus informático NotPetya

De acordo com a empresa de cibersegurança russa Group IB, existem cerca de 100 empresas no mundo todo que foram afetadas pelo ciberataque. A Kaspersky Lab falava na terça-feira, momentos depois das primeiras notícias, em 2000 ataques.

Em Portugal, por recear que o NotPetya tivesse o mesmo impacto do WannaCry , que afetou os sistemas informáticos de várias entidades públicas em Portugal, incluindo hospitais, o presidente do Conselho de Administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde afirmou ao Observador que os serviços de e-mail e internet do SNS iam ser desligados a partir das 18h30 por precaução.

Entre os países afetados encontram-se o Reino Unido, EUA, Polónia, França ou Espanha. Em Portugal, o Observador soube que houve agências do grupo WPP que obrigaram os colaboradores a desligar os computadores.