A líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, foi formalmente acusada pela justiça francesa no âmbito de uma investigação ao uso indevido de fundos europeus, escreve o diário francês Le Monde.

Suspeita de ter utilizado indevidamente 300 mil euros de dinheiros do Parlamento Europeu para pagar o salário de Catherine Griset, a sua assistente parlamentar, Le Pen foi ouvida esta sexta-feira no Tribunal de Grande Instance de Paris, a mais alta instância da justiça francesa, depois de em março ter recusado comparecer perante o tribunal.

Foi o advogado de Le Pen, Rodolphe Bosselut, quem anunciou a decisão da justiça francesa de colocar a líder do partido de extrema direita sob investigação formal.

Marine Le Pen recusa pagar 300 mil euros ao Parlamento Europeu

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De acordo com Bosselut, Le Pen é acusada de abuso do seu poder para gerir fundos do Parlamento Europeu para pagar quer à sua chefe de gabinete, Catherine Griset, quer ao seu guarda-costas, Thierry Legier, entre 2009 e 2016.

Ainda segundo o Le Monde, há pelo menos 17 eurodeputados eleitos pela Frente Nacional a ser investigados desde 2015 neste processo, que terá servido para beneficiar pelo menos quarenta assistentes e secretários no Parlamento Europeu.

Marine Le Pen recusa comparecer perante magistrados que a investigam

O Organismo Europeu de Luta Antifraude da União Europeia (OLAF) estimou recentemente em cinco milhões de euros o prejuízo d0 Parlamento Europeu com este esquema de desvio de fundos.

Até agora, Marine Le Pen tem sempre recusado ser ouvida em tribunal, escudando-se com a imunidade que lhe é garantida pelo Parlamento Europeu. Em março, afirmou que estaria disponível para ser ouvida pelos juízes, mas apenas depois das eleições presidenciais e das eleições legislativas, que decorreram respetivamente em maio e junho deste ano.