É claro que estamos todos a torcer pelo pequeno animal, mas as hipóteses de sucesso não parecem grandes, pois pela trajectória e velocidade de ambos, torna-se evidente que bicho e máquina vão coincidir, no mesmo ponto do circuito. E quando de um lado está um BMW de competição, pesado e potente, e do outro um pequeno roedor ultraleve, que não aparenta ter mais de 40 cm – já com a cauda – e 200 g, o desfecho dificilmente favorecerá o esquilo.

O encontro teve lugar no circuito de Nürburgring, conhecido localmente como o Inferno Verde, por ser longo, traiçoeiro e estar rodeado por uma floresta densa onde habita toda a espécie de animais. Esquilos incluídos.

O vídeo mostra que o BMW se aproxima a grande velocidade – pela forma como vai bem para lá do corretor exterior na curva anterior –, quando trava ligeiramente e se prepara para abordar a direita seguinte. É então que se apercebe do esquilo, a atravessar a pista como se estivesse em casa (e provavelmente estava), o que o leva a retardar a entrada em curva e, por consequência, a perder o apex (o ponto de corda, onde a trajectória do carro toca no limite interior da curva) e a só começar a acelerar mais tarde. O piloto certamente lamentará o facto de o tempo daquela volta não ter sido obviamente o melhor, mas o esquilo agradeceu.

Em Nürburgring, este tipo de situações é habitual, até mesmo com animais maiores do que esquilos, pois de contrário não haveria uma curva apelidada Fuchsröhre (buraco da raposa). E como os alemães tendem a baptizar as zonas do traçado com algo que as caracterize – outro exemplo é o Flugplatz (aeroporto), só porque ali os carros tendem a levantar voo –, é bem provável que, um destes dias, surja a Eichhörnchen-Kurve, ou a curva do esquilo.

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