O Fórum de Monitoria do Orçamento de Moçambique pediu, esta sexta-feira, em comunicado que publique o relatório completo da auditoria independente às dívidas ocultas de Moçambique.

A falta de publicação do relatório da auditoria agora, impede qualquer ação da sociedade civil e viola o dever legal do Ministério Público de defender o interesse público”, refere o comunicado.

Por outro lado, “veda o gozo do direito constitucional de ação popular pelas pessoas ou pela coletividade, de defender os bens do Estado”.

O resumo executivo publicado há uma semana revela que a auditoria da consultora Kroll não esclareceu o destino da maioria dos dois mil milhões de dólares de dívida pública contraída à margem da lei – avaliando apenas que haja meio milhão em barcos e equipamentos entregues, mas sem uso.

No entanto, o sumário identifica má gestão e aponta os responsáveis, mas sem referir nomes, justificando-se a Procuradoria-Geral da República (PGR) com segredo de justiça devido à fase em que se encontram as investigações.

Mas o Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO) rejeita o argumento.

De acordo com o comunicado, o FMO considera que a versão completa pode ter dados como a “identidade dos autores, valor envolvido, instituições nacionais e estrangeiras participantes na operação” com vista à “tomada de ação”.

Da mesma forma como se deve respeitar o segredo de justiça, também se deve respeitar o direito fundamental de acesso à justiça”, sublinha o FMO.

A entidade congrega 19 organizações e institutos moçambicanos e dedica-se ao acompanhamento regular de atividades a ações ligadas ao Orçamento de Estado do país.

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