O impacto da redução dos stocks de pescas na segurança marítima do Golfo da Guiné está a ser subestimado, avisou esta segunda-feira um especialista em segurança marítima.

Ali Kamal-Deen, diretor executivo do Centro Africano de Direito e Segurança Marítima [Centre for Maritime Law and Security Africa], entende que a dinâmica económica e política no Delta do Niger é influenciada pelas pescas.

“O declínio de pescas representa um risco. Os stocks estão a cair rapidamente e a segurança alimentar tem impacto no sustento da população costeira”, vincou, durante um seminário no Instituto Real de Relações Internacionais (Chatham House) em Londres, intitulado “Governação marítima no Golfo da Guiné: enfrentando a insegurança através da coordenação”.

O responsável acredita que este problema pode ter implicações mais abrangentes, como a intensificação de tensões na região e violência na comunidade ou até mesmo gerar conflitos entre países.

Para além da queda de stocks de pescas, Ali Kamal-Deen identificou outros problemas como tráfico de drogas e pessoas ou pirataria.

Desde 2015, a insegurança marítimo global diminuiu, mas o Golfo da Guiné, que definiu como abrangendo a região costeira desde Cabo Verde até Angola, tem registado um aumento significativo nos incidentes violentos nos últimos 18 meses.

O diretor executivo do Centro Africano de Direito e Segurança Marítima admite que a recessão económica na Nigéria é outros dos riscos para a segurança marítima a curto prazo, nomeadamente em termos de pedidos de sequestros de navios e tripulantes e consequentes pedidos de resgate.

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