Bissau, 04 jul (Lusa) – O bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, disse hoje à Lusa que o governo guineense o informou que vai endereçar uma carta ao executivo português, propondo datas para as negociações sobre o fecho da RTP e RDP no país africano.

As atividades dos dois órgãos portugueses encontram-se suspensas na Guiné-Bissau desde o dia 01 de julho, por ordens do governo guineense que alega, entre outras, a caducidade do acordo que permitiu a sua instalação em 1997.

Preocupado com a situação, o bastonário da Ordem dos Jornalistas, António Nhaga reuniu-se hoje com o ministro guineense da Comunicação Social, Vítor Pereira, que lhe prometeu “abertura total” para iniciar as negociações com a parte portuguesa.

“O ministro disse-me que vai enviar uma nova carta ao seu homólogo português sugerindo-lhe a abertura das negociações com datas precisas”, adiantou Nhaga, que se mostrou satisfeito com a abertura do governo guineense.

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Fonte do governo confirmou à Lusa que a carta será enviada ainda no decurso desta semana com a proposta de duas datas para as negociações “com vista ao desbloqueamento da situação” do encerramento das emissões da RDP e RTP África na Guiné-Bissau.

O bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau disse que reafirmou ao ministro da Comunicação Social que é “mau” para o país a suspensão das atividades dos órgãos portugueses, salientando a sua importância no panorama informativo guineense.

António Nhaga disse ter solicitado ao ministro Vítor Pereira que tomasse a iniciativa no sentido de demonstrar “mais uma vez” a abertura da parte guineense em encetar negociações com Portugal para o fim do diferendo que separa os dois países no domínio da Comunicação Social.

“A Guiné-Bissau é que ficará sempre a perder”, notou Nhaga, para quem, a persistir a situação, as relações noutros domínios da cooperação poderão sair prejudicadas.

Depois do encontro com o ministro guineense da Comunicação Social, o bastonário da Ordem dos Jornalistas, acredita que o diferendo que levou à suspensão das atividades da RDP e RTP África será ultrapassado “brevemente”.

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