Um grupo de 30 apoiantes do presidente venezuelano Nicolás Maduro invadiu pelas 12h00 locais desta quarta-feira a sede do Parlamento da Venezuela atacando violentamente os deputados presentes. O Parlamento é a única instituição do país controlada maioritariamente pela oposição.

Os invasores, vestidos de vermelho, a cor do Partido Socialista, entraram na sede, atiraram petardos e agrediram deputados com objetos. Alguns dos apoiantes estavam encapuzados. O jornal El Mundo diz que o grupo de 30 pessoas já foi expulso pelos seguranças da sede do Parlamento.

Há 12 feridos até ao momento, conta o mesmo jornal. Os deputados da Mesa de la Unidad Democrática, uma coligação política dos partidos da oposição, Américo de Grazzia, Juan Guaidó, José Renold, Nora Bracho e Armando Armas estão entre os feridos. Grazzia foi retirado do edifício de imediato e transportado de ambulância até ao hospital. Armas partilhou logo de seguida um vídeo no Twitter. De acordo com o El Nacional, os restantes são funcionários da sede do Parlamento sofreram ferimentos.

A invasão aconteceu durante uma sessão especial comemorativa do 206º aniversário do Dia da Independência que acabou por ser suspensa.

Os 30 apoiantes eram alguns de muitos que estavam concentrados em frente ao Parlamento. No âmbito do Dia da Independência da Venezuela, milhares de pessoas participavam num desfile em Caracas, onde também se realizou uma parada militar.

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Momentos antes da invasão, Tareck el Aissami, o vice-presidente da Venezuela, encorajou os apoiantes a entrar na sede depois de ter acusado a maioria parlamentar de “traição”, numa intervenção no Parlamento.

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Esta invasão acontece numa altura em que o país é palco de protestos a favor e contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro, que resultaram já na morte de 90 pessoas, desde abril deste ano.

No passado dia 5 do mês passado, um polícia, identificado como Óscar Perez, disparou 15 tiros contra o Ministério do Interior e lançou quatro granadas contra a sede do Supremo Tribunal venezuelano, em Caracas, a partir de um helicóptero. Esta terça-feira, um avião a jato que oferece serviços regulares à vice-presidência venezuelana despenhou-se. Transportava nove pessoas, militares na sua maioria, que estão dadas como desaparecidas.