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Droga do riso reaparece em Espanha e preocupa autoridades

Este artigo tem mais de 5 anos

Era um anestésico e agora é uma droga que faz os consumidores rirem sem parar. Popular em Inglaterra, em jogos entre jovens, reapareceu em Espanha e já provocou 17 mortes desde 2006.

É uma substância legal. Assim sendo, a polícia só pôde deter os seus vendedores porque estes, além de gás do riso, também vendiam outras drogas ilícitas, como comprimidos de ecstasy.
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É uma substância legal. Assim sendo, a polícia só pôde deter os seus vendedores porque estes, além de gás do riso, também vendiam outras drogas ilícitas, como comprimidos de ecstasy.

Getty Images

É uma substância legal. Assim sendo, a polícia só pôde deter os seus vendedores porque estes, além de gás do riso, também vendiam outras drogas ilícitas, como comprimidos de ecstasy.

Getty Images

A polícia espanhola encontrou em várias partes do país, durante as últimas semanas, grandes quantidades de óxido nitroso, mais conhecido como ‘gás do riso’ ou ‘gás hilariante’. Antes esta droga era considerada um anestésico, mas começou a ser utilizada para provocar riso e gargalhadas. É muito comum em Inglaterra em jogos entre jovens, tendo já provocado 17 vítimas mortais desde 2006, mas o seu reaparecimento em Espanha deixou as autoridades em alerta.

“A sensação é difícil de descrever. Quando o chupas é doce. Quando chega ao cérebro atordoa-te quase que instantaneamente. Parece que estás a perder a consciência, mas não chegas a perdê-la. O que te acontece é que te ris como um idiota. Eu li, nalgum sítio, que poderia durar até três minutos”, segundo um consumidor esporádico de gás do riso, citado pelo El Español, é assim que a droga atua no organismo. Uma sensação semelhante a quem tinha o hábito de “cheirar cola” ou outras substâncias químicas.

Não é uma droga inventada pela indústria cinematográfica, é uma substância real. O seu nome é óxido nitroso. É legal em Portugal e em Espanha, e tem muitas indicações medicinais, funcionando como analgésico e anestésico nalguns casos. Por outro lado, no mundo dos automóveis é utilizado para dar maior potência aos carros. E, para os seus consumidores, é utilizado para provocar grandes risos e gargalhadas.

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O Reino Unido é o país onde se regista um maior número de utilizações de óxido nitroso. Mas, nos últimos dias, os alertas mais relevantes vieram de Espanha. As autoridades intervieram em várias localidades espanholas, descobrindo grandes quantidades desta droga que, apesar de parecer inofensiva, pode ser fatal.

A primeira apreensão aconteceu em Ibiza, a 18 de junho, onde a droga é muito popular entre turistas. A segunda aconteceu em Marbella, onde a polícia apreendeu 2.400 doses. A terceira ocorreu em Lloret del Mar, na famosa noite de São João. A última ocorreu na noite passada, novamente em Ibiza, onde foram apreendidas 700 doses a um vendedor ambulante.

A história do gás hilariante

O óxido nitroso ou monóxido de nitrogénio foi descoberto em 1776 pelo químico britânico Joseph Priestley, um amigo de Benjamin Franklin. O seu objetivo inicial era: provocar gargalhadas. Priestley pensou mesmo que a única utilidade deste gás era provocar felicidade nas pessoas e, por essa razão, foi distribuído em festas, feiras e circos, para um uso meramente recreativo.

Em 1844, tudo mudou. Durante uma feira em Boston, um homem que acabava de consumir óxido nitroso, caiu terrivelmente no chão, magoando-se violentamente no joelho. Ele levantou-se, continuando a rir loucamente, como se nada se tivesse passado.

Depois deste episódio, um dentista chamado Horacio Wells decidiu investigar as possíveis aplicações medicinais do óxido nitroso, no seu próprio corpo. No dia seguinte, pediu a um colega seu que lhe arrancasse um dente, depois deste consumir uma dose do gás. O resultado foi impressionante: o colega extraiu o dente de Wells sem que este parasse de rir.

Wells pensou que teria descoberto uma cura para a dor e organizou uma cirurgia bocal utilizando o gás hilariante como único anestésico. Estava tão seguro de que seria bem sucedido, que convidou outros dentistas para assistirem à operação. Ninguém sabe o que correu mal, mas o paciente gritou de dor.

O fracasso desta experiência voltou a colocar o óxido nitroso na gaveta durante dois anos, até um outro dentista de Boston, chamado William Morton ter realizado a primeira cirurgia sem dor usando o gás hilariante como anestesia. Apesar desta droga não ter sido uma alternativa às anestesias habituais, passou a ser utilizada para fins médicos.

Rir até morrer

O gás hilariante pode chegar a ser mortal, sendo tecnicamente possível morrer a rir com ele. As botijas onde a droga é conservada advertem que esta não é apto para o consumo humano.

Desde 2006 já foram registadas 17 mortes por inalação de gás do riso. Quase todas elas aconteceram na Inglaterra, o país onde há a maior taxa de consumo desta droga. O motivo da morte: asfixia. Também se registou um caso em que a morte foi causada por uma reação anafilática, uma alergia não detetada anteriormente que acabou por se complicar.

No entanto, não se trata de uma substância mortal. Quando consumida em pequenas quantidades é praticamente inofensivo para os pulmões, que conseguem filtrar todo o gás. Mas, quando consumida em excesso pode chegar a produzir um colapso pulmonar.

Os ingleses e as suas gargalhadas

O Reino Unido é o principal consumidor de óxido nitroso do mundo. Na noite de Londres ou de Manchester é muito comum encontrar distribuidores de gás hilariante. É interessante verificar que nas operações de apreensão feitas em Espanha, a maioria dos distribuidores tinha origem inglesa.

A polícia britânica, numa única noite, chegou a encontrar 1.200 cartuchos de gás hilariante vazios, no bairro de Shoreditch. Mas, esta é uma substância legal. Assim sendo, a polícia só pôde deter os seus vendedores porque estes, além de gás do riso, também vendiam outras drogas ilícitas, como comprimidos de ecstasy.

Nas latas de gás hilariante está explicito que este não é destinado ao consumo humano e, por essa razão, a polícia pode deter os vendedores desta substância por crimes contra a saúde pública, se entender que ele tem por objetivo vender o gás a outros humanos.

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