Formadores de agentes do IV Recenseamento Geral da População e Habitação, que vai decorrer em agosto, em Moçambique, paralisaram a atividade em várias províncias devido a más condições de trabalho, noticia esta quinta-feira o jornal Notícias.

Segundo o maior diário moçambicano, na província de Gaza, sul do país, 300 formadores recusaram-se, por algumas horas, a assistir à sessão de capacitação na quarta-feira, devido à alimentação precária, falta de transporte e de alojamento.

Os formadores também paralisaram a atividade no distrito de Mocuba, província da Zambézia, e na Beira, Sofala, onde 400 formadores se queixaram num encontro com a governadora da província, Helena Taipo, da falta de alimentação e alojamento.

Em declarações à Lusa, o porta-voz do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), Cirilo Tembte, afirmou que os formadores já retomaram a atividade e que a paralisação resultou de mal entendidos e de algumas deficiências no processo.

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Cirilo Tembe disse que o INE não prometeu o pagamento de um subsídio, porque “ainda são candidatos a formadores”.

O responsável admitiu que devido ao elevado número de candidatos a formadores, pode ter havido deficiências no fornecimento da alimentação, mas o INE deu-lhes a opção de receberem, cada, 1.500 meticais (21,8 euros) por dia para custearem pessoalmente as despesas de alimentação e alojamento.

“O candidato a formador que optar por contar com alojamento e alimentação pagos pelo INE tem esse direito e o que quiser receber o dinheiro e fazê-lo pessoalmente, também tem essa garantia”, declarou.

O INE de Moçambique prevê registar, de 01 a 15 de agosto, 27 milhões de habitantes, no âmbito do IV Recenseamento Geral da População e Habitação.

“Em 2007, o censo apurou que eramos 20,8 milhões [de habitantes], em 2017, de acordo com as nossas projeções, a população do país está estimada em cerca de 27,1 milhões”, um crescimento de 30%, disse Cirilo Tembe, numa entrevista à Lusa, no início do mês.

O custo do IV Recenseamento Geral da População e Habitação está estimado em 75 milhões de dólares (66,5 milhões de euros), dos quais 45 milhões de dólares (39,9 milhões de euros) serão despendidos durante o censo, afirmou Cirilo Tembe.

O primeiro Recenseamento Geral da População em Moçambique foi realizado em 1980, cinco anos após a independência, seguindo-se os de 1987, 1997 e 2007, com um intervalo de dez anos entre cada um, como recomendam as práticas internacionais sobre censos populacionais.