É mais uma reação às cativações feitas pelo atual Governo em 2016, que ficou com 942,7 milhões de euros por gastar em serviços dos vários ministérios. O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, anunciou esta quinta-feira que pediu a marcação de um debate de atualidade para sexta-feira sobre “a falta de transparência nos cortes de despesa dos serviços públicos”, com a presença do Governo.

No final da reunião da bancada do PSD, Luís Montenegro acusou o Governo de não esclarecer “tudo aquilo que foram cortes efetivos na despesa, nomeadamente nas despesas de funcionamento”.

“Há aqui uma falta de transparência que não pode continuar”, acusou.

O líder parlamentar do PSD disse que os vários orçamentos retificativos que o anterior executivo PSD/CDS-PP apresentou, e que tão criticados foram, eram “exercícios de transparência”.

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“Este governo é manhoso, em vez de dizer de forma transparente aquilo que está a fazer para compensar do ponto de vista orçamental pura e simplesmente não diz”, criticou, desafiando o Governo a “assumir as suas escolhas, onde cortou e que há um prejuízo que é evidente nos serviços públicos a vários níveis”.

Já na quinta-feira, na apresentação do candidato autárquico à Amadora, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, tinha desafiado o Governo a dizer onde foram feitos os quase mil milhões de euros de cativações definitivas em 2016.

“Querem-me convencer que se pode cortar mil milhões de euros sem tocar na saúde, educação, na defesa, na administração interna?”, inquiriu, dizendo que lhe custa “ver altas figuras do Estado dizerem aldrabices”.

Luís Montenegro anunciou ainda que o partido irá ainda hoje remeter a todos os líderes parlamentares um projeto-lei que visa criar “uma forma mais expedita” para que as pessoas afetadas pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande possam ter “um mecanismo indemnizatório” rápido.

Na quarta-feira, Passos Coelho tinha anunciado que o PSD iria procurar apoio no parlamento para esta iniciativa, depois de, instado o primeiro-ministro no último debate quinzenal, o Governo não ter avançado. “O Governo tinha uma forma mais rápida que o parlamento para fazê-lo, mas os dias passam e a inação é completa”, criticou Luís Montenegro.

O líder parlamentar social-democrata disse ainda que o partido irá forçar a votação de alguns projetos do PSD que se encontram em discussão na comissão, nomeadamente sobre o estatuto dos territórios de baixa densidade e a concretização de um cadastro florestal, alguns apresentados no início da sessão legislativa.

“Neste ano que passou ninguém achou isto importante, agora há muita vontade, mas nós já vimos isto há mais de um ano”, salientou.