Um soldado português foi ferido a tiro na República Centro-Africana onde 160 militares portugueses integram os “capacetes azuis” da missão das Nações Unidas (MINUSCA), avançou o semanário Sol. Fonte militar contactada pelo Diário de Notícias confirmam que o ferimento é ligeiro, num dos braços, e que, neste momento, decorrem esforços para retirar o soldado de Mobaye, para Bangui, a capital, que fica a cerca de 300 quilómetros.

A MINUSCA, criada em setembro de 2014 mediante decisão do Conselho de Segurança da ONU, tem cerca de 12.000 efetivos de vários países e as suas funções estão maioritariamente ligadas ao esforço humanitário e à proteção da população de um país que, além de ser um dos mais pobres do mundo, está em guerra civil desde 2013.

Esta missão da ONU tem sido alvo de duras críticas nos últimos dois anos por suspeita de abusos sexuais, em muitos casos a menores, alegadamente cometidos por “capacetes azuis”. A denúncia destes casos levou as Nações Unidas a adotar medidas de “tolerância zero” para este tipo de crimes, tendo decidido repatriar centenas de soldados e realizar investigações, além de terem colocado no terreno programas de apoio às vítimas.

A República Centro-Africana vive um complicado processo de transição, desde que, em 2013, os rebeldes do grupo extremista Seleka depuseram o Presidente François Bozizé, o que desencadeou uma onda de violência sectária entre os muçulmanos e as milícias anti-Balaka, maioritariamente cristãs, lê-se na página da ONU dedicada ao conflito.

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