A cidade de Shuidong, na província de Guangdong, podia ser apenas uma discreta cidade com 90 mil habitantes na costa sul da China. Mas é por esta cidade que passa 80% do comércio de marfim do país. Quem o diz é o relatório da Environental Investigation Agency (EIA).
Diz o relatório que mais 80% das presas de elefante que vêm de África para China passam por Shuidong. Este fluxo faz da cidade um autêntico ritual de passagem para negociar este material.
A investigação começou em abril passado e envolveu investigadores a trabalhar à paisana. A pesquisa permitiu ainda descobrir as rotas de contrabando e alguns negócios das famílias por trás deste tráfico negro.
No ano passado, os contrabandistas embarcaram 2.5 toneladas de marfim de Moçambique para Shuidong. Num dos casos, foram primeiro enviadas para Busan, na Coreia do Sul. Seguiram depois para Hong Kong, o maior mercado do mundo de marfim. A partir daí, seguiram rumo a Shangai até chegarem finalmente a armazéns de Shuidong.
Nesta pequena província, o comércio de marfim tem-se revelado bastante lucrativo e surpreendentemente “seguro” para as famílias envolvidas neste negócio. Isto porque o relatório inclui a experiência de um contrabandista que garante que em mais de 20 anos as autoridades responsáveis pela fiscalização e apreensão não registaram um único incidente. Os últimos anos deste tráfico dizem que esta atividade se revela muito lucrativa. Um carregamento de 3 toneladas chega a render 3 milhões de dólares.
Até ao final do ano a China quer proibir o comércio de marfim.