Depois das fotografias oficiais e dos apertos de mão, foram já tomadas as primeiras decisões no G20 — que a chanceler alemã Angela Merkel considerou “muito difíceis”. As conversações deverão continuar pela noite adentro.

As opiniões contraditórias acerca da política de alterações climáticas, a aplicação de sanções à Coreia do Norte e até o muro na fronteira dos Estados Unidos com o México foram os temas debatidos no encontro que conta com a presença das 19 maiores economias do mundo e a União Europeia.

O cessar-fogo no sudoeste da Síria

Trump e Putin chegaram a um acordo para um cessar-fogo no sudoeste da Síria, que será apoiado pela Jordânia. O secretário de estado norte-americano, Rex Tillerson, falou sobre este acordo numa conferência de imprensa em Hamburgo, esta tarde de sexta-feira. O cessar-fogo irá entrar em vigor já no próximo domingo, 9 de julho.

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G20. O aperto de mão de Trump e Putin em 4 passos

Tillerson disse que esta decisão foi tomada num encontro “muito construtivo”, na qual os dois líderes tiveram uma “química positiva”. Trump e Putin estiveram duas horas e 16 minutos à conversa, numa reunião que estava prevista demorar meia hora. Cerca de uma hora depois do início do encontro, Melania Trump, a primeira-dama norte-americana, viu-se obrigada a entrar na reunião para ver se os líderes estavam a pensar em terminá-la. Acabaram por ficar mais uma hora.

Putin nega interferência russa nas eleições norte-americanas

Num aspeto estão ambos de acordo: reconheceram o perigo das ameaças cibernéticas e as interferências nas eleições norte-americanas e noutros países. Donald Trump pressionou o seu homólogo russo acerca da interferência da Rússia nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Mas Putin negou qualquer interferência.

Ex-diretor do FBI nomeado para supervisionar investigação sobre a Rússia

A questão da interferências da russa na eleições presidenciais dos Estado Unidos tem sido alvo de investigação. No passado dia 17 de maio, Robert S. Mueller, antigo diretor do FBI, foi nomeado procurador especial para supervisionar investigação.

Trump de volta ao Acordo de Paris? É o que Theresa May quer

As alterações climáticas suscitaram as opiniões mais contraditórias. Apesar da saída dos Estado Unidos do Acordo de Paris, Donald Trump marcou presença na primeira parte do encontro dedicado ao clima e até fez uma intervenção em que deixou o seu “contributo”. Mas a administração de Trump ficou isolada na cena internacional depois do anúncio da saída.

A chanceler alemã Angela Merkel garantiu que a maioria dos países que integram o G20 apoia o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas mas receia que alguns sigam o exemplos dos Estados Unidos.

Será muito interessante ver como formulamos o comunicado de amanhã [sábado] para mostrar claramente que existem opiniões diferentes nesta área porque os Estados Unidos lamentavelmente querem sair do Acordo de Paris”, disse Merkel.

De acordo com o esboço do comunicado final da cimeira do G20, a que a agência noticiosa France Presse teve acesso, a maioria das grandes e emergentes economias mundiais vão reconhecer o isolamento norte-americano, sublinhando que todos os países vão aplicar o Acordo de Paris. “Tomamos nota da decisão dos Estados Unidos de sair do Acordo de Paris”, indica o texto, ao mesmo tempo que considera o acordo internacional sobre o combate às alterações climáticas como “irreversível”.

Mas a primeira-ministra britânica Theresa May mostrou-se empenhada em persuadir Donald Trump a recuar na sua decisão. “Acredito que a mensagem coletiva será a importância dos Estados Unidos voltarem a este acordo”, afirmou à BBC.

Novas sanções à Coreia do Norte e rápidas

Os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul estão de acordo: novas sanções à Coreia do Norte devem ser aplicadas rapidamente. E para que tal aconteça, concordaram em pressionar o Conselho de Segurança das Nações Unidas por uma rápida resolução.

Num comunicado conjunto, os representantes dos três países alertaram para a necessidade de haver “sérias consequências para as ações desestabilizadoras e provocatórias [da Coreia do Norte]”.

Já o presidente da Rússia pediu “sangue-frio” num encontro com o seu homólogo sul-coreano Moon Jae-In. “O problema nuclear norte-coreano é um problema muito grave. Mas neste ponto, é preciso manter o sangue-frio, é preciso agir de maneira pragmática e muito delicada”, declarou o presidente russo.

“Absolutamente”, é o México que vai pagar pelo muro

Depois do encontro com o Presidente do México Peña Nieto, Donald Trump foi questionado sobre a sua intenção de fazer o México pagar pelo muro na fronteira com os Estados Unidos. O Presidente dos Estados Unidos, após um momento de silêncio, respondeu com apenas uma palavra: “Absolutamente”.