A evolução das vendas de carros eléctricos continua muito abaixo das expectativas iniciais. E as razões são várias, a começar pelos preços dos veículos – ainda elevados quando comparados com as versões que recorrem a motorizações a gasolina e diesel –, e a terminar nas dificuldades em montar uma rede global de postos de carga, passando obviamente pela autonomia mais limitada a que a bateria obriga, com as tecnologias hoje disponíveis.

Há apenas em circulação 2 milhões destes veículos amigos do ambiente, sendo que a maioria se encontra na China, país que para lutar contra os graves problemas ambientais, sentidos especialmente nas grandes cidades – onde por vezes era difícil ver o carro da frente, quanto mais respirar –, implementou uma política coerente no sentido de incentivar a aquisição deste tipo de motorizações ZEV (Zero Emissions Vehicles). Mas nem só da China vivem os eléctricos, que têm igualmente níveis interessantes de vendas (ainda que menores) nos EUA e na Europa, com os três mercados a representar, juntos, mais de 90% do parque circulante. Aliás, não deixa de ser curioso que apenas 14 grandes cidades sejam responsáveis por 95% das vendas deste tipo de automóveis.

Segundo a International Energy Agency, no início de 2020 deverão ser já 9 milhões de eléctricos a circular, valor que vai continuar a crescer e de forma mais acentuada nos anos seguintes, prevendo-se que atinjam entre 40 a 70 milhões em 2025. No continente europeu, é apenas a Noruega que tem revelado maior abertura para os eléctricos, onde atingem 29% do mercado, uma vez que entre os restantes, o destaque vai para a Holanda, com apenas 6,4% e a Suíça (3,4%), com os eléctricos a representarem apenas 0,2% das vendas globais de veículos em 2016. Uma pequena gota no oceano, uma vez que, segundo a mesma agência, será necessário um parque circulante de 600 milhões de unidades para conter o aquecimento global do planeta, volume que ninguém acredita que se venha a atingir antes de 2040.

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