Os assaltantes que furtaram material de guerra dos Paióis Nacionais de Tancos há duas semanas farão parte de um grupo de mercenários portugueses, frequentemente contratados para trabalhos do género em vários locais do mundo, escreve este sábado o semanário Expresso (acesso pago).

De acordo com fontes da investigação ao assalto referidas pelo Expresso, grande parte destes mercenários já fez parte de forças especiais das Forças Armadas (como os Comandos, os Paraquedistas, os Rangers ou os Fuzileiros) e atuam por conta própria sobretudo ao serviço de “senhores da guerra” no norte de África e no Médio Oriente.

Recentemente, estes grupos estariam em contacto com milícias do norte de África, com grupos separatistas da Córsega, em França, e também com máfias europeias ligadas ao assalto de bancos e carrinhas de transportes de valores, detalha ainda o Expresso.

O grupo de mercenários terá dependido de um cúmplice no interior da base de Tancos, que os informou não só dos horários das rondas, mas também da inoperacionalidade do sistema de videovigilância.

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Juiz impediu Ministério Público de fazer escutas a suspeitos

Este sábado, também o semanário Sol traz novidades sobre o caso. Segundo noticia o jornal, a Polícia Judiciária recebeu em abril uma denúncia com uma lista de civis que trabalhavam em Tancos e que estariam envolvidos em esquemas de tráfico de armas, mas um juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal impediu o Ministério Público de efetuar escutas às pessoas incluídas na lista.

De acordo com a notícia do Sol, a denúncia original foi entregue na PJ do Porto, que a transferiu para Leiria por não dizer respeito ao seu território. No entanto, também a PJ de Leiria não considerou ter jurisdição sobre o assunto e encaminhou a denúncia para Lisboa. Foi já o Ministério Público de Lisboa que decidiu avançar com a investigação e pedir as escutas, mas o juiz Ivo Rosa negou o pedido.

Já na sequência do roubo em Tancos, o Ministério Público abriu um novo inquérito, em que também é incluída esta denúncia de abril. A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, já está ao corrente daquela lista e está a investigar a hipótese de as armas estarem na posse de uma rede terrorista.