O tenente-general Faria Menezes formalizou esta segunda-feira o pedido de exoneração do cargo de comandante das Forças Terrestres e passagem à situação de reserva, anunciou o Exército.

“O Exército informa que o senhor tenente-general Faria Menezes apresentou, na presente data, uma declaração de passagem à situação de reserva e o pedido de exoneração do cargo de comandante das Forças Terrestres”, anunciou em comunicado o Exército.

O Exército refere que, “o que respeita ao cargo de comandante das Forças Terrestres” e de acordo com Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas, a exoneração é da competência do ministro da Defesa Nacional, a quem o Chefe de Estado-Maior do Exército apresentou a proposta de exoneração.

A transição para a situação de reserva, que constitui um direito previsto no Estatuto dos Militares das Forças Armadas, ocorrerá no próximo dia 14 de julho, como consta na referida declaração”, especifica ainda o Exército no comunicado.

O pedido de exoneração do tenente-general Faria Menezes tinha sido noticiado pelo semanário Expresso no sábado, bem como do tenente-general Antunes Calçada, do Comando de Pessoal, que de acordo com o semanário, se demitiu “por divergências inultrapassáveis” com o Chefe do Estado-Maior do Exército alegadamente devido à forma como o general Rovisco Duarte decidiu exonerar cinco comandantes no caso do furto de Tancos.

Citado pelo Expresso, Faria Menezes considerou que “houve uma quebra do vínculo sagrado entre comandantes e subordinados”. Na base das decisões dos dois generais, segundo o jornal, estará a forma como o chefe do ramo decidiu exonerar os comandantes das cinco unidades responsáveis por alocar efetivos à vigilância dos Paióis Nacionais de Tancos, de onde foi furtado material de guerra, detetado no dia 28.

O general Rovisco Duarte decidiu exonerar os comandantes até estarem concluídas as investigações internas que determinou. Segundo admitiu numa reunião à porta fechada com os deputados da comissão parlamentar de Defesa, quinta-feira, esta decisão não foi consensual na estrutura do Exército, disseram à Lusa fontes parlamentares. Contudo, a decisão foi assumida como um ato de comando que melhor protegia os comandantes na fase das investigações.

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