A greve dos estivadores nas horas ímpares, que implica uma paragem do trabalho de hora a hora, está esta segunda-feira a paralisar os portos de Setúbal, Lisboa, Figueira da Foz, afetando também Leixões, segundo fonte sindical.

Há portos onde representamos a totalidade dos trabalhadores, como o caso de Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz, e estão completamente parados nessas horas, no caso de Leixões e Caniçal [na Madeira] estão praticamente parados”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística.

António Mariano acrescentou que, mesmo nas estruturas em que o sindicato não abrange a totalidade dos profissionais, “o efeito sobre as operações é enorme”.

A greve decorre desde as 08h00 desta segunda-feira até às 08h00 de terça-feira, durante as horas ímpares, ou seja, os estivadores trabalham uma hora, por exemplo das 09h00 às 09h59, e param na seguinte.

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Os estivadores divulgaram um manifesto sobre as “situações gritantes que estão a viver-se em alguns portos, especialmente em Leixões e Caniçal”, lembrou o presidente do sindicato.

Desde que os trabalhadores desses portos começaram o processo de sindicalização no nosso sindicato, as perseguições têm sido inúmeras e de várias formas, desde ameaças a substituição desses [profissionais] por outros, prejuízos nos [seus] salários, ameaças de despedimento, impedimento de participação em plenários”, relatou.

As operações nas horas ímpares “estão praticamente paradas na totalidade nos portos do continente, de Setúbal, Lisboa, Figueira da Foz, e Leixões e também no porto do Caniçal, na ilha da Madeira”, relatou António Mariano.

Na ilha Terceira, nos Açores, não havia movimento de navios, pelo que o efeito da greve não se fazia sentir, explicou o sindicalista.

Realçou que, “nos restantes portos, estão a ser cumpridas integralmente as horas de paragem, a adesão dos nossos associados é de 100%”.

O objetivo da “jornada de luta” é parar “de uma vez por todas” com as situações denunciadas e “a arma [utilizada] é a greve”, disse ainda António Mariano.

Se não houver entidades oficiais que ponham cobro a isto, vamos ter de continuar neste caminho, mas esperemos que seja possível que alguém com responsabilidades neste país, na área dos atropelos à vida laboral e sindical, possam ter alguma intervenção”, salientou o presidente do sindicato nacional dos estivadores.