O Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou esta segunda-feira uma missão a Moçambique, até dia 19, para discutir com as autoridades a auditoria às dívidas ocultas do país, que há um ano fizeram congelar os apoios externos.

Segundo o FMI, “persistem lacunas de informação, em particular no que respeita ao uso dos empréstimos”, no valor de dois mil milhões de dólares, contraídos por empresas públicas detidas pelos Serviços de Informações e Segurança do Estado (SISE) à revelia do parlamento e parceiros internacionais em 2013 e 2014. O FMI e doadores fizeram depender a retoma dos apoios diretos ao Orçamento do Estado dos resultados das averiguações e ainda não se sabe o que irá acontecer.

A consultora Kroll queixou-se de falta de colaboração dos responsáveis pelas empresas para disponibilizar informação sobre o destino dos fundos, ao mesmo tempo que indiciou diversas pessoas, sem referir nomes, por má gestão e violação da lei e classificou os planos das empresas como irrealistas.

A missão do corpo técnico do FMI visa “discutir os resultados da auditoria com as autoridades e possíveis medidas de seguimento”, anunciou a instituição, em comunicado, depois de conhecido o sumário executivo, em junho. Entre essas medidas está a possibilidade de “trabalhar com as autoridades para abordar preocupações relacionadas com a gestão de recursos públicos”. A missão deverá também “reavaliar a situação macroeconómica e discutir as prioridades das autoridades relativas ao orçamento de 2018”, anunciou.

A agenda de encontros entre os elementos do FMI e as autoridades moçambicanas permanece reservada e as reuniões vão decorrer à porta fechada, disse fonte do fundo à Lusa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR