Mais de um terço dos jogadores que participaram na histórica conquista da seleção portuguesa de futebol no Euro2016 teve uma ‘ressaca’ negativa em termos de utilização nos respetivos clubes, com Renato Sanches ‘à cabeça’.

O médio do Bayern Munique, que tinha tido uma ascensão meteórica em 2015/16, a qual lhe valeu um lugar nos eleitos de Fernando Santos para o Campeonato da Europa, foi, de longe, o campeão europeu que mais sofreu na época 2016/17, depois de os alemães terem pagado 35 milhões de euros (que podem chegar aos 80) aos ‘encarnados’.

Na temporada que antecedeu o Euro, Renato Sanches somou 35 jogos pela equipa principal do Benfica, 31 dos quais como titular, anotando dois tentos e somando 2698 minutos. Um ano volvido, em 2016/17, o médio, de 19 anos, contabilizou apenas nove partidas no ‘onze’ inicial dos bávaros, num total de 25 participações, não marcou qualquer golo e averbou 905 minutos em campo, situação que ‘ajudou’ a que ficasse fora dos eleitos para a Taça das Confederações.

Além do jovem médio, também Eduardo, Pepe, Ricardo Carvalho, Vieirinha, Eliseu, João Mário, Nani e Rafa foram menos utilizados nos respetivos clubes, na temporada que terminou, embora por razões diferentes.

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João Mário, que foi um dos indiscutíveis do selecionador durante a campanha triunfante em França, trocou o Sporting pelo Inter Milão, também por muitos milhões, após uma época em que tinha registado 45 jogos (40 como titular), sete golos e 3598 minutos ao serviço dos ‘leões’.

Em Itália, o médio, de quem se diz poder estar a caminho do Paris Saint-Germain, começou por ser aposta constante nos ‘nerazzurri’, mas, a meio da época, deixou de ser opção regular no ‘onze’ e fechou a temporada com 23 presenças na formação titular, num total de 32 jogos, 2169 minutos e três golos.

O central Pepe, que na passada semana assinou contrato com os turcos do Besiktas, depois de uma década no Real Madrid, teve uma época 2016/17 fustigada por lesões, que o limitaram a 1460 minutos pelos ‘merengues’, divididos por 18 jogos, em contraste com os 31 encontros e 2734 minutos somados na temporada que antecedeu o Europeu.

Nani foi outro dos elementos lusos afetados com problemas físicos no pós-Euro2016. O extremo, que foi o segundo atleta mais utilizado por Fernando Santos no Europeu, fechou a campanha ao serviço Valência com praticamente metade dos jogos, dos minutos e dos golos que tinha alcançado pelo Fenerbahçe um ano antes.

O mesmo sucedeu com Rafa, que trocou o Sporting de Braga pelo Benfica e acabou por ter uma utilização consideravelmente inferior. Em 2015/16, o extremo somou 50 jogos (41 como titular), 12 golos e 3770 minutos pelos minhotos, enquanto em 2016/17 entrou de início em 20 partidas, anotou dois tentos e foi aposta de Rui Vitória em 1808 minutos.

Já Eduardo deixou a titularidade no Dínamo Zagreb pelo ‘papel’ de terceiro guarda-redes no Chelsea, enquanto Ricardo Carvalho, que tinha terminado contrato com o Mónaco em 2016, optou por rumar ao futebol chinês, em fevereiro deste ano, tendo apenas um encontro realizado pelo Shanghai SIPG.

Por seu lado, Vieirinha e Eliseu também não deram sequência ao desempenho anterior ao Europeu. O lateral/extremo do Wolfsburgo enfrentou algumas lesões e foi apenas titular em 16 encontros durante a temporada, não mais sendo chamado por Fernando Santos, ao passo que o lateral do Benfica, 44 vezes titular em 2015/16, foi relegado para suplente de Grimaldo, ainda que tenha aproveitado a lesão do espanhol para ser aposta em 20 jogos (19 como titular).

Os restantes 14 campeões europeus pouca variação sofreram em termos de utilização, sendo que, em alguns casos, conseguiram mesmo superar o registo pessoal que antecedeu o Campeonato da Europa, como são os exemplos de Cristiano Ronaldo, Cédric, João Moutinho, Danilo, Quaresma e do ‘herói’ nacional Éder, autor do tento do triunfo sobre a França, na final disputada precisamente há um ano, em Saint-Denis (1-0).