Os pais de Charlie Gard, a criança de 11 meses que se encontra ligada a um suporte de vida, voltaram esta tarde de segunda-feira ao Supremo Tribunal de Londres. O juiz Nicholas Francis adiou a audiência para quinta-feira. Chris Gard e Connie Yates têm agora até quarta-feira para apresentarem as “novas provas” que estarão poderão alterar a decisão judicial de desligar as máquinas: os juizes querem saber se Charlie pode receber um novo tratamento experimental?

Não há uma pessoa viva que não queira salvar Charlie. Se houver novas evidências, eu as ouvirei”, garantiu o juiz Francis.

Na semana passada, investigadores de um hospital no Vaticano e de outro não revelado revelaram existir uma nova possibilidade de aplicar um tratamento experimental à criança, dentro ou fora do país. O próprio hospital Great Ormond Street, em Londres, onde Charlie se encontra, solicitou a audiência desta segunda-feira para propor que Charlie receba esse tratamento nas suas instalações e não no estrangeiro.

De acordo com relatos da Associated Press, a audiência desta segunda-feira teve uma grande carga emocional, na qual Connie Yates, a mãe da criança, chorou de frustração e Chris Gard, o pai, gritou com um advogado.

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Anteriormente, o Great Ormond Street tinham concluído que a melhor opção para a criança seria uma “morte com dignidade” já que não existiria cura para a doença de Charlie. O juiz Francis apoiou a decisão do hospital e notificou os pais para que autorizassem a morte do filho.

Charlie sofre de uma doença rara e degenerativa. Médicos querem desligar o suporte de vida contra vontade dos pais

Chris Gard e Connie Yates recusaram a decisão do juiz britânico e pediram recurso a todas as intâncias possíveis. No passado dia 29 de junho, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos negou o recurso dos pais de Charlie de submeter o filho a um tratamento experimental nos Estados Unidos. Agora, há uma nova esperança que vem dias depois de Donald Trump e do Papa Francisco terem demonstrado apoio aos pais e oferecido ajuda ao bebé.

Donald Trump oferece-se para ajudar o bebé Charlie Gard, que está em suporte de vida

Charlie Gard nasceu prematuramente no dia 4 de agosto de 2016 mas acabou por deixar o hospital com um estado de saúde estável. À sexta semana de vida, os pais levaram a criança novamente ao hospital depois de se terem apercebido que o filho começara a perder peso e força muscular. O bebé acabou por ser internado nos cuidados intensivos com pneumonia, onde continua desde então ligado a um suporte de vida. Foi-lhe diagnosticado síndrome de depleção do ADN mitocondrial, uma condição rara, genética e incurável.