O filho de Donald Trump disse esta terça-feira que não informou o seu pai, na altura candidato às presidenciais norte-americanas, sobre o encontro com uma advogada russa que prometia informação prejudicial a Hillary Clinton, depois de ter conhecimento que havia um esforço do governo russo para ajudar a campanha de Donald Trump. Agora, faria as coisas de forma diferente, disse.

Numa entrevista à televisão norte-americana Fox News, o veículo preferido dos conservadores e do agora Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Jr. que “provavelmente faria as coisas de forma uma bocadinho diferente”, no que diz respeito ao encontro com a advogada russa Natalia Veselnitskaya.

O filho de Donald Trump, que não faz parte da administração mas que participava na campanha do pai na altura em que este encontro aconteceu, aceitou reunir-se em junho de 2016 com uma advogada russa que alegadamente representaria o Governo, um encontro combinado por um publicitário britânico, com apoio do filho de um bilionário russo com quem Donald Trump teve negócios.

Na combinação do encontro, parte feita através de uma troca de emails que o próprio divulgou esta terça-feira, Donald Trump Jr. foi informado que a advogada seria próxima do Kremlin e queria passar informação prejudicial sobre Hillary Clinton. “Adoro”, foi a resposta do filho de Donald Trump.

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Na mesma troca de emails, Donald Trump Jr. foi informado pelo publicitário que havia um esforço do governo russo para ajudar a campanha de Donald Trump.

A polémica, que começou com uma primeira notícia, no sábado, publicada pelo New York Times, teve esta terça-feira desenvolvimentos que a colocaram no topo da agenda mediática.

Em resposta, depois de ser informado que o New York Times iria publicar estes emails, Donald Trump Jr. publicou a troca de emails no Twitter.

Donald Trump Jr., depois de vários congressistas terem levantado a hipótese de este ato poder ser considerado traição pela justiça, defendeu-se na Fox News, a si e ao seu pai.

Sobre Donald Trump, o filho diz que não sabia de nada e que não o informou da reunião, que contou ainda com a presença de Jared Kushner, conselheiro e genro do Presidente, e de Paul Mannafort, antigo gestor de campanha de Trump, e um dos primeiros investigados pela justiça pela potencial colaboração entre a campanha e o governo russo para interferir com as eleições. “Não havia nada para contar”, disse.

Sobre os seus atos, Donald Trump Jr. admite que agora faria as coisas de forma um bocado diferente, mas desvaloriza, como o tem vindo a fazer, a reunião.

“Não foi nada. […] Foram literalmente apenas 20 minutos desperdiçados, o que foi uma pena”, disse.

Donald Trump Jr. disse que vinha a ler sobre vários escândalos que não tinham a atenção mediática devida e penso que “teria algo a ver com isso”.

“Não sabia se havia alguma credibilidade, não sabia se havia algo por detrás, não posso certificar a informação. Alguém enviou-me um email. Não posso controlar o que alguém me manda. Eu leio-o, e respondo de forma apropriada”, acrescentou.