46 dias depois, o Benfica voltou a jogar. E a ganhar. Nada de novo.

Com Luisão, Salvio e Krovinovic em Portugal com problemas físicos; Nélson Semedo a caminho de Barcelona; Grimaldo, Eliseu, Samaris, Pizzi, João Carvalho, Zivkovic e Raúl Jiménez de férias (Mitroglou vai juntar-se ainda ao estágio na Suíça), o encontro com o Neuchâtel Xamax funcionou como uma espécie de Programa de Novas Oportunidades para uma série de jovens que tentam convencer Rui Vitória. Um esteve em destaque. E ajudou a fechar o resultado em 2-0 nos primeiros 45 minutos.

Ficha de jogo

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Neuchâtel Xamax-Benfica, 0-2

Uhrencup 2017

Stadion Brühl, em Grenchen (Suíça)

Benfica: Júlio César (Paulo Lopes, 46′); André Almeida (Pedro Pereira, 46′), Jardel (Kalaica, 70′), Rúben Dias (Lisandro López, 46′), Hermes; Filipe Augusto (Fejsa, 46′), Chrien (André Horta, 63′); Diogo Gonçalves (Willock, 63′), Cervi (Rafa, 46′), Jonas (Arango, 63′) e Seferovic (Carrillo, 70′)

Treinador: Rui Vitória

Golos: Jonas (5′) e Seferovic (20′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Filipe Augusto (15′)

Diogo Gonçalves já tinha brilhado no Campeonato do Mundo de Sub-20, onde Portugal foi apenas eliminado no desempate por grandes penalidades frente ao Uruguai nos quartos-de-final. Pela técnica, pela fantasia, pela capacidade de arrisca a meia-distância. À boa maneira alentejana, de onde é natural, é um miúdo desenrascado. E que também entre os grandes se desenrascou bem. Até porque, com Jonas, é impossível isso não acontecer.

Durante a pré-temporada, naqueles intervalos da chuva (neste caso, do sol) em que o tema não metia emails, bruxarias e afins, surgiu a notícia que o brasileiro, de 33 anos, teria um regime semelhante ao de Cristiano Ronaldo no Real Madrid, com o intuito de conseguir ter o avançado em boas condições do início ao fim da temporada. Como? Isso é aquele tipo de trabalho que raramente vem cá para fora. Mas fica numa redoma, digamos assim.

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Até em jogos particulares, a influência do número 10 é demasiado evidente. É o 10 e mais dez em campo: cria desequilíbrios quando baixa no terreno, sabe jogar entre linhas, surge na área para marcar ou prender defesas no intuito de abençoar o brilho de outros. E o miúdo de 20 anos que no ano passado esteve na equipa B (oito golos em 37 jogos) deixou o cartão de apresentação: quando precisarem de um desequilibrador nas alas que não seja tanto um homem de linha mas sim um extremo a fletir muitas vezes para o centro, ele está ali.

Assim se pode resumir a primeira parte. Diogo Gonçalves e Jonas, Jonas e Diogo Gonçalves, o golito da ordem de Seferovic (já falamos deste Mitroglou suíço que reforçou a equipa a custo zero). Aos cinco minutos, o miúdo teve um passe de excelência que isolou Jonas, o brasileiro sofreu penálti e converteu em golo; aos 9′, foi de novo o internacional Sub-20 a brilhar, com um cruzamento largo, largo, tão largo que passou por cima do guarda-redes e foi bater no poste contrário; aos 20′, Jonas lançou Seferovic e o avançado aumentou a vantagem para 2-0; aos 33′, o miúdo voltou a arriscar de fora da área mas a bola acabou por sair um pouco ao lado da baliza.

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Entre as caras novas, Chrien mostrou alguns bons apontamentos mas esteve abaixo de Filipe Augusto, o companheiro de meio-campo no primeiro encontro da pré-temporada, e Seferovic mostrou que será uma mais-valia para o Benfica. Aliás, em muitos aspetos é mesmo parecido com Mitroglou. Será que isso quer dizer algo, numa altura em que se fala sobre alegadas propostas pelo grego de 20 milhões?

Agarramos na deixa dos milhões e explicamos a segunda parte. Os jogadores que iam entrando e saindo como é normal nestes testes de pré-temporada não estavam a par do que se passava fora de campo, mas decorriam poucos minutos da etapa complementar quando o Barcelona confirmou a contratação de Nélson Semedo. Quem tem de escrever, fez uma pausa para explicar tudo sobre essa transferência; os que jogam para depois serem descritos nestas linhas, quebraram o bom ritmo dos primeiros 45 minutos. Ninguém se destacou. Fica para a próxima.

Barcelona confirma Nélson Semedo, lateral que chegou ao Benfica como médio-ofensivo e a ser conhecido como Nelsinho

46 dias depois, o Benfica voltou a jogar. E a ganhar. Nada de novo. A não ser o facto de ir vendendo titulares por milhões aos maiores clubes europeus mantendo sempre a mesma bitola competitiva.