O espetáculo audiovisual e os dançarinos musculados tornaram-se imagem de marca da We Party, um evento de ambição internacional, em formato pronto-a-divertir, nascido em Espanha em 2011 e especialmente pensado para o público gay – mas não só. Assim será neste sábado, perto da meia-noite, no Bolero Club, junto à Doca de Alcântara, em Lisboa.

A We Party chegou à capital há três anos, numa altura em que as festas gay de importação se tinham tornado comuns – Horse Meat Disco, Matinée, CockTail d’Amore, entre outras – e quando a cidade tinha já uma festa nativa de pedra e cal, a itinerante Conga Club.

A primeira foi em maio de 2014, no Room 5, na zona de Santos, logo com a promessa de “revolucionar a noite” de Lisboa. Até agora realizaram-se mais seis edições, quase sempre no mesmo local deste sábado: o Bolero Club, que anteriormente se chamou Gossip e Kings & Queens. Uma dessas edições chegou a ter co-produção da conhecida discoteca lisboeta Trumps.

Que a prometida revolução noturna tenha tido lugar com a We Party, ainda não é óbvio. Que continuam a ser vários os motivos para uma ida à festa, eis o que vai encontrar nas próximas linhas.

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1. O tema

Cada We Party tem um tema e “Fake” foi o escolhido desta vez. É uma paródia às marcas de contrafação e uma celebração do mau gosto assumido. “Há uma parte do mundo gay que gosta muito de moda e quisemos brincar com isso”, explica Jesus Miranda, de 33 anos, responsável pela organização. O tema estreou-se em Madrid na passagem de ano de 2016 para 2017 e desde aí está em digressão por várias cidades, como o Rio de Janeiro e Milão. A edição italiana, em abril, incluía um vídeo promocional que recriava o ambiente da festa.

2. Os raios e coriscos

“Quando se entra na festa tem-se a sensação de estar numa passerelle”, descreve Jesus Miranda. “O cenário vai ser montado dessa forma, queremos que as pessoas sintam que estão ali para assistir a um desfile de moda”, acrescenta. Não faltará o habitual espetáculo de luz, som e cor, sobretudo por volta das 02h30 da madrugada, hora a que abre a pista. Nesse momento entram os “go-go boys”, sete dançarinos musculados que hão de alternar no palco ao longo da noite com coreografias de inspiração erótica.

Os dançarinos musculados e as coreografias eróticas tornaram-se imagem de marca da We Party. © Divulgação

3. O ambiente

“Uma festa liberal onde todos são bem-vindos”, resumiam os organizadores há três anos, quando a We Party veio para Lisboa. O ambiente tem sido maioritariamente gay e masculino, mas é forte a aposta em todos os públicos, o que constitui uma tendência geral da noite gay – até há poucos anos fechada sobre si mesma. “Há muita gente que vem de Espanha, ou até de França e Itália. Como é um evento conhecido internacionalmente, acaba por atrair turistas. As pessoas aproveitam o fim de semana para passear em Lisboa e incluem a festa nos planos”, descreve Jesus Miranda.

4. A música

Lisboa conhece bem o DJ Binomio, visita frequente da discoteca Construction, no Príncipe Real, e residente das festas We em Espanha. Capaz de misturar músicas muito comerciais com sons muito underground, é cabeça de cartaz neste sábado, estando o aquecimento a cargo do português Zecka Pinheiro. Curiosamente, Binomio foi o primeiro DJ a tocar na primeira We lisboeta, há três anos.

5. Alternativa na noite

A entrada na We Party é mais cara do que nas discotecas gay de Lisboa: 15 euros para quem compre o bilhete até sábado, através da Ticketline, e 20 euros à porta. Segundo Jesus Miranda, a qualidade do espetáculo compensa o preço. “Penso que o público procura alternativas às discotecas, sobretudo festas temáticas, onde o ambiente é sempre novo e se encontram pessoas que não costumam sair todas as semanas”, defende o organizador.