A campanha de Donald Trump terá pago 50 mil euros ao escritório de advogados que agora representa o seu filho mais velho uma semana antes das notícias que revelaram a existência de emails comprometedores entre Donald Trump Jr. e responsáveis mandatados pelo governo russo. O presidente dos EUA já saiu em defesa do filho, via Twitter, acusando 0s media de “fake news” e de dualidade de critérios entre o seu filho e a sua adversária nas presidenciais, Hillary Clinton.

De acordo com o The Washington Post e a Reuters o pagamento aos escritórios de advogados de Alan S. Futerfas, datado de 27 de junho, foi registado no sábado pela Comissão Eleitoral Federal, tendo o serviço contratado sido descrito como “consultoria jurídica”.

Trump Jr. admitiu ter-se reunido com um advogado russo em Nova Iorque durante a campanha presidencial de 2016 na tentativa de obter informações prejudiciais para a candidata adversária do seu pai, Hillary Clinton. Futerfas foi anunciado como advogado de Trump Jr. na segunda-feira, depois do New York Times ter noticiado em detalhe as reuniões entre o filho mais velho do presidente e uma advogada russa.

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O presidente Donald Trump saiu em defesa do filho este domingo no Twitter, acusando a imprensa de dualidade de critérios no tratamento do caso da sua adversária nas eleições, a democrata Hillary Clinton (que acusa de apagar 33 mil emails), e agora o seu filho.

Na reunião de junho de 2016 com a advogada russa, explica a CNN, estiveram pelo menos oito pessoas, incluindo Trump Jr., o genro de Trump, Jared Kushner, o gerente da campanha, Paul Manafort. Os emails que o próprio Trump Jr. revelou na semana passada provam que o objetivo da reunião era obter informações comprometedoras para a campanha de Hilary Clinton.

Trump voltou depois a tweetar contra os media que estão a noticiar o facto da sua campanha ter pago ao advogado do seu filho ou a noticiar que este esteve numa reunião com a advogada russa. De acordo com o presidente estes media — ao utilizarem “fontes anónimas” naquilo a que chama “fake news” — estão a “distorcer a democracia”.

Entretanto, uma sondagem Whashington Post/ABC News mostra que a popularidade de Donald Trump caiu desde abril, devido à perceção de declínio da influência dos EUA no exterior, à paralisação da agenda interna e à impopular lei de cuidados médicos. Perto de fazer seis meses no escritório, a aprovação global caiu de 42% em abril para os 36% registados agora.

A taxa de “reprovação” nesta sondagem aumentou cinco pontos percentuais para 58%. No total, 48 por cento dos inquiridos “desaprovam fortemente” o desempenho de Trump no cargo, um nível nunca alcançado pelos ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama e que George W. Bush só atingiu no segundo mandato.

Trump também já reagiu a esta sondangem no Twitter, lembrando que a sondagem ABC/Washington Post foi que menos acertou nas sondagens que antecederam as eleições que o levaram à Casa Branca.