A Catalunha está cada vez mais perto de abandonar as longas horas de trabalho e as prolongadas horas de almoço. Um abaixo-assinado subscrito esta segunda-feira por cerca de 100 empresas, sindicatos e ativistas pretende reformular o horário de trabalho e de descanso e, a longo prazo, regressar ao fuso horário de Portugal.

Ao contrário da rotina portuguesa (e do resto do mundo), os espanhóis tendem a começar o dia pelas 9h00, com apenas uma pausa durante a manhã. Já a hora de almoço é “empurrada” para as 14h00 ou 15h00. A longa pausa de almoço, conhecida como a “siesta”, obriga os espanhóis a trabalharem até às 20h00 ou 21h00. Depois de jantados e com a típica hora ou duas de televisão, a rotina obriga-os a deitarem-se já depois da meia-noite. Nesta situação estão também crianças e jovens em idade escolar.

Acreditam os assinantes da “Reforma Horària” que estes hábitos têm impactos negativos na vida pessoal e familiar e na saúde mental.

Ao The Guardian, Fabian Mohedano, porta-voz do movimento, explica porquê:

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Graças aos nossos ritmos circadianos e por estarmos impedidos de fazer o que milhões de pessoas fazem em todo o mundo: comer o pequeno almoço pela manhã, almoçar entre as 12h e as 14h, jantar entre as 19h e as 21h (…) O nosso meio-dia é às 15h!

Explica Mohedano que a Catalunha pretende aprovar uma política até 2025 que garanta que as pessoas possam ter horários de trabalho mais flexíveis e mais produtivos.

A situação não é de agora. Espanha partilhava o fuso horário do Tempo Médio de Greenwich (GMT) com Portugal e o Reino Unido até 1942, quando Franco avançou os relógios uma hora para apoiar a Alemanha de Hitler.

Esta medida pode servir de apoio a um plano de uma comissão parlamentar espanhola que, em 2014, recomendou que o governo regressasse ao fuso horário antigo e que implementasse um horário de trabalho mais saudável.