A secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) traçou esta segunda-feira um “balanço amplamente positivo” dos 21 anos da organização e defendeu a aposta na mobilidade, na cooperação multilateral e na atividade económica empresarial dos nove Estados-membros.

“Estamos conscientes que 21 anos de existência são insuficientes para uma organização de Estados concretizar na sua plenitude os desígnios que nortearam a sua criação. Mas o saldo da CPLP é amplamente positivo”, considerou esta segunda-feira Maria do Carmo Silveira, numa mensagem de vídeo divulgada na página da Internet da comunidade lusófona, que celebra 21 anos esta segunda-feira.

Esta data, acrescentou, é uma “oportunidade para reconhecer o quanto a CPLP, que continua a ser uma comunidade em construção, tem progredido no sentido da consolidação dos seus alicerces, procurando estruturar-se e adaptar-se aos novos desafio da atualidade e a corresponder às expectativas e aspirações dos cidadãos dos Estados-membros”.

“O mundo globalizado acarreta facilidades, mas também muitos desafios”, disse, referindo o surgimento de “agentes oportunistas que se têm aproveitado dessas mudanças e dessas facilidades para proliferarem e se fortificarem, pondo em causa a paz, a segurança e consequentemente o almejado desenvolvimento”.

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Para se adaptar a um “mundo em constante mutação”, a organização desenvolveu uma nova visão estratégica, aprovada pelos líderes políticos dos nove Estados-membros em novembro passado, cuja execução “é tão importante como urgente para promover a capacitação institucional, reforçar a coesão interna e alavancar a missão da CPLP”.

Nesse sentido, a secretária-executiva reforçou a necessidade de “reforçar o capital humano dos Estados-membros, através da formação e da socialização de conhecimentos”, de “assumir a atividade económica empresarial como motor de desenvolvimento e progresso económico” e de “acelerar o desenvolvimento de plataformas de cooperação multilateral, multissetorial, que possam dinamizar, integrar e tornar competitiva a economia da CPLP”.

“É fundamental dinamizar a circulação e a mobilidade no espaço da CPLP para uma maior coesão e sentimento de pertença”, além de prestar uma “particular atenção aos setores estratégicos de cooperação”, como ambiente, mares, energia, segurança alimentar, ciência e tecnologia, educação ou turismo.

A CPLP é, destacou ainda, uma comunidade que “pugna pela defesa dos valores democráticos e dos direitos humanos, pela igualdade jurídica dos Estados, pela solução pacífica dos conflitos e pela promoção do desenvolvimento sustentável”. A responsável da organização advertiu que “é importante não perder de vista o objetivo primário da sua criação, que é a consolidação de sociedades democráticas e prósperas, aproveitando todas as sinergias disponíveis”.

A mensagem da secretária-executiva antecede o próximo Conselho de Ministros da CPLP, que decorre esta quinta-feira em Brasília, e que decorre sob presidência brasileira, centrada na “Agenda 2030: Avanços e Desafios”. A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O membro mais recente é a Guiné Equatorial, que aderiu na cimeira de Díli, há três anos.