O Governo da Venezuela declarou no domingo o ex-Presidente mexicano Vicente Fox como “persona non grata”, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Samuel Moncada.

“Como ministro das Relações Externas da Venezuela anuncio a declaração de Vicente Fox como ‘persona non grata’. Fox abusou da hospitalidade do povo venezuelano”, tendo sido “pago para promover a violência e a intervenção de potências estrangeiras”, escreveu Moncada na rede de mensagens instantâneas Twitter.

Fox “quis provocar as autoridades para armar um circo mediático que servisse os vis interesses que o contrataram”, sublinhou o responsável. “Para bem da Venezuela, o senhor Fox já não se encontra no país” e “não poderá regressar nunca mais à Venezuela”, concluiu.

Vicente Foz chegou no sábado a Caracas, juntamente com os ex-presidentes Jorge Quiroga (Bolívia), Laura Chinchilla (Costa Rica), Andrés Pastrana (Colômbia) e Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), para supervisionar o processo de consulta popular contra Nicolás Maduro, conduzido pela oposição venezuelana.

Em declarações à imprensa, no domingo, Fox comparou a consulta da oposição venezuelana com a jornada eleitoral realizada há 17 anos no México, em que o Partido Revolucionário Institucional perdeu o poder.

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“Lembra-me de 2 de julho do ano 2000, no México, essa grande festa democrática, assim estava o povo, assim estava a gente, cheia de alegria, de entusiasmo, de esperança. Isso é o que hoje se vive aqui”, disse, durante uma visita ao populoso bairro de Petare, no leste da capital.

Em declarações proferidas em La Califórnia Norte (leste de Caracas), Fox associou a consulta popular com “o fim da ditadura” na Venezuela.

“Passo a passo, voto a voto, a ditadura sairá. (…) Agora é a vez do povo da Venezuela dirigir este grande país, recuperar a economia, recuperar os empregos, os alimentos e os medicamentos (…) México está convosco. Viva a liberdade, a democracia, o povo da Venezuela”, disse Fox.

De acordo com a oposição venezuelana, mais de 7,1 milhões de eleitores participaram na consulta simbólica contra o projeto de constituição de uma Assembleia Constituinte apresentado pelo Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro.

Venezuela. Mais de 7 milhões desafiam Nicolás Maduro