Dois dos postos de vigia nas serras de Ota e Montejunto vão ficar sem guarda durante algumas horas no verão para permitir que os vigilantes possam gozar dias de férias, como está previsto na lei, apesar de estarmos na fase Charlie, de alerta máximo no combate aos incêndios. A história vem contada no jornal O Mirante e tem como ponto de partida o testemunho de André Salema, presidente dos Bombeiros Voluntários da Azambuja numa reunião na Câmara da Azambuja.

Citado pelo Mirante, André Salema considera que “esta interrupção é um duro golpe à deteção atempada dos incêndios nos concelhos que circundam estas serras”. Mais: “A GNR presta este serviço como ninguém, pelos seus conhecimentos técnicos e orográficos destes concelhos e da temática dos incêndios, agora mais do que nunca. Basta colocar os olhos na tragédia de Pedrógão Grande e aprender com os erros”.

De acordo com o jornal, a vigilância da floresta durante as 8h e as 16h — num período de oito horas — será feita por sapadores florestais e câmaras de vigilância num total de 20 dias, entre julho e setembro, porque os vigilantes contratados pela GNR para estas torres de vigia vão gozar os dias de férias a que têm direito.

Fonte da GNR esclareceu ao Mirante que os vigilantes em causa são contratados para contratos inferiores a seis meses e como trabalhadores em funções públicas, o que lhes dá o direito a gozarem dois dias úteis de férias por cada mês de contrato.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Comandante dos bombeiros desvaloriza

O comandante dos Bombeiros Voluntários do Cadaval, um dos concelhos que está neste raio de ação, desvaloriza, em declarações ao Mirante, o risco resultante desta ausência temporária de vigilantes em algumas torres, considerando que as quatro câmaras de vigilância existentes conseguem detetar incêndios a tempo.

A GNR contrata anualmente centenas de trabalhadores para as funções de vigilância da floresta que são colocados em postos de vigia. No ano passado, foram contratadas 924 pessoas para exercer estas funções nas redes primária e secundária de postos de vigia, dos quais 780 estiveram a operar entre 1 de julho e 30 setembro, quando decorre a fase Charlie. Estas contratações custaram cerca de 3,5 milhões de euros, de acordo com informação avançada no passado ao Observador por fonte oficial da GNR.