A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) diz que “não foi emitida qualquer proibição” que impeça os comandantes distritais de prestarem declarações à comunicação social.

No primeiro briefing diário depois da entrada em vigor da nova “situação operacional” — em que toda a comunicação relativa aos incêndios em Portugal está centralizada na sede da Proteção Civil em Carnaxide — a adjunta nacional de operações da ANPC, Patrícia Gaspar, rejeitou “liminarmente qualquer associação deste procedimento a uma qualquer lei da rolha ou o que quer que lhe queiram chamar“.

Em declarações aos jornalistas, a responsável sublinhou que é “absolutamente fundamental” que os elementos responsáveis pelo comando das operações no terreno “se foquem no essencial”, que é a realização das operações de socorro. “Não podemos perder a capacidade de concentração“, argumentou a responsável, acrescentando: “Aqui em Carnaxide sabemos ao minuto aquilo que se passa nos teatros de operações”.

Lei da rolha. Proteção Civil proíbe comandantes distritais de dar informações sobre os fogos

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Patrícia Gaspar afirmou que “não vai faltar informação operacional” aos meios de comunicação social, até porque estes são “parceiros” na divulgação de informação útil à população.

Todos os incêndios em Portugal continental dominados

O briefing começou com a informação de que todos os incêndios no território de Portugal continental estão, neste momento dominados. A responsável da Proteção Civil detalhou que nos últimos dias foram registadas 81 ocorrências, que envolveram 1994 operacionais, 537 meios terrestres e 73 intervenções com meios aéreos.

Só desde a meia-noite desta quarta-feira, já foram registadas 14 ocorrências, que já foram totalmente dominadas. Os incêndios mais preocupantes — Mangualde, Alijó e Guarda — foram os que mobilizaram mais operacionais e encontram-se neste momento em fase de “rescaldo e consolidação de perímetros”, que serão prolongadas.

A responsável destacou ainda que o IPMA prevê “um desagravamento das condições meteorológicas nos próximos dias”, o que deverá contribuir para um “período de acalmia” no que toca à propagação de incêndios florestais.