A presidente do CDS-PP desafiou esta quinta-feira o Governo a explicar porque não se fez representar ao mais alto nível na reunião que decorreu em Bruxelas sobre a Venezuela, argumentando que o executivo voltou a mostrar-se fraco em “questões de soberania”.

Preocupa-nos muito saber que houve uma reunião de ministros em Bruxelas, em que o Governo não se fez representar, nem pelo senhor ministro [dos Negócios Estrangeiros], nem pelo senhor secretário de Estado, e em que há muitas dúvidas sobre qual foi, afinal, a posição do Governo português”, afirmou Assunção Cristas, aos jornalistas, durante uma visita ao bairro do Loureiro, em Lisboa, enquanto candidata autárquica à capital.

Para a líder do CDS-PP, este é “um tema absolutamente atual e importante para Portugal”, porque residem “400 mil portugueses na Venezuela”.

Assunção Cristas lamentou, por isso, que o tema não seja “tratado ao mais alto nível”: “mais uma vez, mostra fraca autoridade do Estado e um Governo fraco a tratar as questões de soberania”, disse.

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“Já ouvimos dizer que a posição do Governo português foi uma, aliás, veiculada por um jornal espanhol, em relação às possíveis sanções contra a Venezuela, que não tinha tido nenhuma posição nem se tinha manifestado nesse sentido”, afirmou.

“Parece que há um desmentido da própria União Europeia, dizendo que essa matéria foi tratada e, portanto, é urgente que o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros clarifique se a matéria foi ou não tratada em Bruxelas, qual foi a posição do Governo português, se manifestou a favor ou contra as sanções e porquê”, acrescentou.

A líder do CDS-PP fez ainda questão de sublinhar que o PCP, um dos partidos que apoia o Governo no parlamento, “anda de braço dado com as ditaduras mais sanguinárias deste mundo” e a Venezuela é “sempre muito amparada e elogiada” pelos comunistas.

Relativamente à imposição do que o PSD e o CDS-PP chamaram de “lei da rolha” na Proteção Civil, a presidente centrista reiterou a posição expressa na quarta-feira pelo partido.

“A sensação que fica é que quando é conveniente que todos falem, o Governo deixe que todos falem e se instale a confusão, essa é a atitude do primeiro-ministro, quando é conveniente que, se calhar algumas coisas não sejam discutidas na praça pública, então, já põe mão nos vários agentes no terreno”, declarou.

Para Assunção Cristas, essa mudança de atitude “mostra desnorte, falta de liderança, falta de capacidade de restabelecer confiança nas instituições do Estado”.

A presidente e candidata à presidência da Câmara de Lisboa pela coligação Pela Nossa Lisboa (CDS-PP/MPT/PPM) visitou esta quinta-feira o bairro do Loureiro, junto à avenida de Ceuta, designadamente a associação de apoio a doentes com Alzheimer, que ali funciona.

Assunção Cristas apontou para a degradação do bairro nos últimos anos, fazendo eco de queixas de moradores e pessoal daquela associação, que notaram uma transformação, com desleixo do espaço físico, sujidade e aumento do sentimento de insegurança.