Aos 56 minutos, Alex Telles fez uma falta já perto da área, descaído sobre o lado direito do ataque do Chivas. O brasileiro pediu desculpa ao árbitro e estava a virar-se para José Sá no sentido de perceber se seria ou não necessária barreira quando os mexicanos marcaram o livre de forma rápida e Macías conseguiu colocar o resultado em 2-1.

Ficha de jogo

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Chivas-FC Porto, 2-2

Jogo particular (SuperCopa Tecate)

Estádio Omnilife, em Guadalajara (México)

FC Porto: Casillas (José Sá, 35′ e Vaná, 81′) ; Ricardo Pereira (Galeno, 46′), Felipe (Martins Indi, 46′), Marcano (Jorge Fernandes, 73′), Alex Telles (Rafa, 73′); André André (Herrera, 46′), Óliver Torres (Herrera, 35′ e Mikel, 73′), Hernâni (Maxi Pereira, 35′ e Layún, 67′), Otávio (Corona, 46′), Aboubakar (João Teixeira, 67′) e Soares (Brahimi, 46′)

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Aboubakar (2′), Otávio (38′), Macías (57′) e Fiero (84′)

Ação disciplinar: nada a registar

O FC Porto teve esta madrugada de quinta-feira o segundo e último encontro no México, depois do empate sem golos frente ao Cruz Azul. E se há coisa que se percebeu num e noutro jogo é que Sérgio Conceição quer ter um sistema defensivo bem consolidado para a partir daí montar o resto. Nestes primeiros jogos, tem funcionado: só mesmo num lance digno de Sonic, o simpático ouriço que fez as nossas delícias nas consolas nos anos 90, a apanhar inclusive alguns jogadores dos azuis e brancos de costas, conseguiu marcar um golo a José Sá (que entretanto tinha entrado para o lugar de Casillas). Mas foi uma exceção que fugiu à regra durante o encontro, que apenas se repetiu a sete minutos do final contra uma defesa transfigurada (foram utilizados 25 jogadores na partida).

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Logo aos dois minutos, e na primeira falha da jovem equipa de Guadalajara (com muitos jovens entre as escolhas de Matías Almeyda, devido a uma onda de castigos e lesões que tem afetado o conjunto mexicano), Aboubakar inaugurou o marcador, entrando pela esquerda na área e batendo Miguel Jiménez.

Mais do que o 4x4x2 testado como alternativa ao 4x3x3 clássico testado diante do Cruz Azul, a formação comandada por Sérgio Conceição destacou-se, no seu todo, pela capacidade de pressionar alto e chegar com facilidade à baliza contrária, sem tanta necessidade de arriscar a meia-distância como no primeiro jogo. Pareciam autênticos Speedy Gonzales que encararam o desafio como se de um jogo a sério se tratasse e deixaram boa impressão.

Entre todas as partidas realizadas até ao momento pelos três ‘grandes’ na pré-temporada, os primeiros 45 minutos dos dragões frente ao Chivas foram os melhores que já se viram nesta fase: grande dinâmica ofensiva, circulação de bola rápida, várias recuperações em terrenos adiantados, variação do eixo do jogo com critério, facilidade na criação de oportunidades de golo. Otávio, de cabeça, aumentou a vantagem para 2-0 aos 38′ na melhor jogada do encontro e que foi exemplo paradigmático dessa capacidade de jogar bem e bonito do FC Porto.

Felipe, Soares e Otávio tiveram mais bolas para marcar, Aboubakar atirou uma bola à trave após cruzamento de Hernâni e até a experiência de avançar Ricardo na direita para fazer dupla com Maxi Pereira no flanco mostrou-se uma opção interessante a reter no futuro para conciliar ambos os jogadores.

No segundo tempo, o Chivas tentou reagir mas, além do golo, pouco ou nenhum perigo estava a conseguir criar. Já os dragões, frutos das muitas substituições realizadas, foram perdendo gás nas saídas em transição que tão bem fizeram na primeira parte, mas podiam ter alargado o marcador através da meia-distância de Sérgio Oliveira. O jogo, no geral, caiu muito de qualidade. Até que, quando nada o fazia prever, os mexicanos conseguiram mesmo chegar à igualdade a dois, num saída rápida com cruzamento da direita e toque final de Carlos Fierro ao segundo poste a bater o estreante Vaná (que ainda não tinha sequer tocado na bola depois de ter rendido José Sá).

Mais uma vez, o FC Porto voltou a empatar, desta feita com um resultado muito enganador e que o Chivas não merecia. Houve 45 minutos de grande qualidade ofensiva, houve 45 minutos onde as inúmeras alterações (14) tiraram referências defensivas à equipa. A imagem final que fica é positiva. E deverá ter deixado satisfeitos os vários adeptos azuis e brancos que se voltaram a fazer sentir junto da comitiva dos dragões.