Não foi o melhor final possível, mas não conseguiu apagar a melhor semana possível. Frederico Morais não escondeu a tristeza de não levar o principal troféu em Jeffreys Bay, como se percebeu nos momentos que antecederam a subida ao pódio, mas rapidamente esse sentimento foi superado pelo orgulho do que conseguiu atingir e pela motivação para fazer mais ainda. Kikas é assim: no epílogo da melhor semana da carreira, já está a pensar nos objetivos que se seguem quando estamos a meio do Circuito Mundial.

Três dias históricos mereciam um final mais feliz: Frederico Morais fica no segundo lugar em Jeffreys Bay

“É a minha primeira final e foi um orgulho enorme poder concretizar esse sonho, apesar de não ter conseguido ganhar. Foi um campeonato inacreditável em termos de ondas, estiveram perfeitas a semana toda. Foi incrível: tubarões, muitas notas 10, houve de tudo. Consegui a minha primeira nota 10 e a primeira final. O caminho até lá? Foi ótimo vencer grandes surfistas, não por serem campeões do mundo mas por tudo o que fazem enquanto surfistas. São os melhores e não nos podemos distrair, temos de dar 100%”, referiu à TSF, ao mesmo tempo que recusa a ideia de passar agora a estar mais pressionado depois deste resultado.

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“Não diria que seja uma pressão maior a partir de agora. Foi um ótimo resultado para mim, para Portugal e para o surf português, consegui mostrar a minha maturidade a competir e agora é continuar a trabalhar como tenho feito com o foco nas próximas etapas do Circuito“, salientou.

A certa altura da curta entrevista, Frederico Morais soube que alguns miúdos tinham dito de manhã, aos microfones da estação, que gostariam de ser como ele. E Kikas delirou, até porque continua a defender o surf não tanto como uma competição mas como um estilo de vida com um crescente número de adeptos no país.

O meu maior objetivo é ser um exemplo, ser alguém que pode inspirar pessoas e pode criar sonhos em miúdos. Isso sim é o meu objetivo, é o meu sonho. O surf é um estilo de vida, um hobbie e o meu trabalho. Faço o que gosto, que é a melhor coisa do mundo, mas existem muitos outros que gostam de ir surfar com os amigos, como também faço quando estou em Portugal, pelo prazer, saem de dentro de água com um sorriso enorme. Abri agora uma escola de surf que quer explicar isso mesmo, o porquê de haver nisso surf

Por fim, o atual 12.º classificado do Circuito Mundial em ano de estreia projetou também aquilo que será a etapa em Peniche. “Não sei o que podem esperar daqui para a frente porque não consigo prever o futuro mas posso prometer que vou dar o meu melhor, que vou dar tudo para honrar a bandeira que tenho. Adoro o meu país. Peniche? Vai ser bom. Tenho sentido sempre, durante o Circuito, esta semana, um grande apoio e em Peniche será assim porque os portugueses torcem muito por nós. É um povo inacreditável e vai ser muito bom poder surfar nas águas portuguesas em representação do meu país”, concluiu.