LPortugal está “inteiramente disponível” para negociar com a Guiné-Bissau a revisão da cooperação na área da comunicação social, mas só após Bissau repor as emissões dos canais África da RTP, afirmou esta sexta-feira o chefe da diplomacia portuguesa.

Augusto Santos Silva, que falava aos jornalistas no final de uma reunião de trabalho com o homólogo togolês, Robert Dussey, indicou que o Governo guineense já apresentou uma proposta de reunião setorial para ultrapassar a suspensão das emissões, cortadas unilateralmente a 1 deste mês.

Recusando a palavra “condicionar”, o ministro dos Negócios Estrangeiros português optou por “usar uma frase mais suave”.

Não vamos usar a palavra condição. Vamos usar uma palavra mais suave e dizer que o trabalho bilateral que é preciso fazer será muito mais fácil a partir do momento em que as autoridades guineenses repuserem as emissões que cortaram (…) Pensamos que a melhor forma de criar condições para que o trabalho seja produtivo é repor as emissões cortadas”, sustentou.

Insistindo na disponibilidade de Lisboa para se sentar à mesa das negociações, Santos Silva lembrou que os programas de cooperação “não podem ser confundidos com os conteúdos editoriais dos órgãos de comunicação social públicos”.

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“À luz da Constituição e da lei, o Governo não tem nenhuma espécie de interferência nesses conteúdos”, acrescentou.

A 30 de junho último, o ministro da Comunicação Social guineense, Vítor Pereira, anunciou a suspensão das emissões dos canais África da RTP e RDP e da agência Lusa a partir das 00h00 de 1 deste mês, alegando a caducidade do protocolo assinado a 31 de outubro de 1997.

Vítor Pereira, porém, acabaria por excluir, no mesmo dia, a agência noticiosa portuguesa (Lusa) da suspensão das atividades.